Poveirinhos! meus velhos pescadores!    
Na Agoa quizera com vocês morar:     
Trazer o lindo gorro de trez cores,     
Mestre da lancha Deixem-nos passar!     
    
Far-me-ia outro, que os vossos interiores     
De ha tantos tempos, devem já estar     
Calafetados pelo breu das dores,     
Como esses pongos em que andaes no mar!     
    
Ó meu Pae, não ser eu dos poveirinhos!     
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,     
Mail-Irmão do «Senhor de Mattozinhos»!     
    
No alto mar, ás trovoadas, entre gritos,     
Promettermos, si o barco fôri intieiro,     
Nossa bela á Sinhora dos Afflictos!     
    
António Nobre, in 'Só'
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Poveiro de António Nobre
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