terça-feira, 27 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Universidade Sénior - Almoço de Natal
Para assinalarmos e vivermos
mais intensamente o espírito de Natal, dando expressão a sentimentos de solidariedade e de afeto que
lhe estão associados, os professores, o Senhor José Carlos, os alunos que
revelaram disponibilidade, dois dos três membros da Direção e alguns outros
amigos, reunimos num almoço de confraternização, na passada 6.ª feira – 16 de
Dezembro. Para além do “repasto” modesto, eu, na qualidade de
Diretor e Coordenador da Universidade Sénior, agradeci e saudei os presentes,
em meu nome e em representação do Presidente do Rotary Club da Póvoa de Varzim,
Eng.º José Leão Costa, impossibilitado de participar por motivos profissionais.
Li também uma mensagem especialmente afetuosa, com manifestações de esperança e
votos de Boas Festas para todos, enviada pelo membro da Direção, Dr. Jorge
Caimoto, igualmente impedido de estar presente, por razões familiares. Em nome da Universidade Sénior e querendo simbolizar
a gratidão que lhes é devida, entregámos aos senhores professores um brinde,
sem valor material. No momento seguinte, o membro do Rotary e aluno da
Universidade, José Azevedo, leu um texto de sua autoria, em jeito de
brincadeira, com a dose de brejeirice a que já nos habituou. A animação coube depois ao conjunto dos Cavaquinhos,
orientado pelo Professor João Silva, que exibiu um reportório extenso e muito
interessante. Obrigado
Senhor Professor. Tudo
simples e em clima da mais sadia fraternidade. No mesmo espírito de elevado
sentimento de respeito e amizade com que agora expressamos a todos os que
participam no projeto da Universidade Sénior, presentes ou não no almoço, um NATAL FELIZ
e um ANO NOVO PRÓSPERO.
Serafim
Amaro Afonso
sábado, 17 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Almoço de Natal
Na próxima 6ª feira, 16 de dezembro, às 12.30, no
Axis Vermar Hotel, terá lugar o almoço de Natal da Universidade Sénior da Póvoa de Varzim,
em que participam os respectivos professores, alunos e membros da Direção.
Podem também participar sócios do Rotary, desde que inscritos previamente (20€).
Esta confraternização marca o início de um período de
férias que vai até 02 de Janeiro/2012.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Rotary Club do Lobito - Angola
Os sócios do
novo Rotary Club do Lobito
com o seu Governador e com a Presidente do Clube
padrinho
|
O Rotary Club de Mafra marcou presença na Entrega da Carta Constitucional ao novo Rotary Club do Lobito, que decorreu no passado dia 30 de Novembro.
O nosso Companheiro JOSÉ DA PALMA, (que neste momento está em actividade profissional na cidade de Benguela), tem desenvolvido um intercambio de alto valor Rotário com os ( agora 3) Clubes de Angola, representou o nosso Clube de Mafra, sendo portador de uma mensagem de boas vindas por parte da nossa Presidente, para o novo Clube que nasceu em Angola.
Convidamos a acederem a esta foto/reportagem no nosso BLOG sobre este evento, clicando AQUI
Saudações Rotárias
ROTARY CLUB DE MAFRA
Comissão de Relações Públicas
ComunicaçãoVirgilio Gomes
www.rotaryclub-mafra.pt
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Coro da Universidade Sénior
No dia 9, às 21h30, no Diana Bar, “As Escolas cantam o Natal”, onde os coros do concelho reúnem-se para um espectáculo de grande qualidade. ler +
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Senioridade e Velhice na Mudança Social
Conferência proferida pelo
Professor Doutor Salvato Trigo na Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo da
Universidade Sénior da Póvoa de Varzim
SENIORIDADE
E VELHICE NA MUDANÇA SOCIAL
Lúcio Séneca, nas suas Cartas, aborda
a velhice e a brevidade da vida. O nosso Padre António Vieira também o fez nos
seus Sermões, especialmente, o da Quarta-feira da Quaresma. É, pois, bem antigo
o assunto da velhice, mas este conceito tem o relativismo próprio de quem o
observa. Florbela Espanca, a poeta alentejana, fá-lo no dramatismo do seu dizer
poético, prenunciador da tragédia da sua fugaz e intensa vida.
Porque estamos na Universidade Sénior
“Florbela Espanca”, invoquemos essa alentejana no dramatismo do seu dizer
poético prenunciador da tragédia de sua fugaz e intensa vida.
Citemos o soneto “Velhinha”:
“Se os que
me viram já cheia de graça,
Olharem bem
de frente para mim,
Talvez,
cheios de dor, digam assim:
«Já é
velha! Como o tempo passa!»
Não sei rir
e cantar por mais que faça!
Ó minhas
mãos talhadas em marfim,
Deixem esse
fio de oiro que esvoaça!
Deixem
correr a vida até ao fim!
Tenho vinte
e três anos! Sou velhinha!
Tenho
cabelos brancos e sou crente…
Já murmuro
orações…falo sozinha…
E o bando
cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me
fazes, olho-os indulgente,
Como se
fosse um bando de netinhos…”
Estranho certamente nos parecerá que a
voz poética se afirme velhinha nos seus vinte e três anos, todavia já marcados
pelos sinais do tempo invernal da vida, como diria Hipócrates, que associava a
velhice ao Inverno e à idade de 56 anos.
Aristóteles, mais radical, achava que
a velhice começava aos 50 anos, enquanto Santo Agostinho, mais generoso, via-a
apenas aos 60 anos e, no séc. VI, um discípulo deste, Isadoro de Sevilha,
concedia que a velhice só se iniciava aos 70 anos.
Florbela Espanca olhava-se velhinha já
aos vinte e três anos, o que conjugado com as opiniões filosóficas anteriores
poderá sustentar, desde já, a nossa conclusão de que a velhice não é
aionicamente ou evicamente fixada, isto é, não existe uma idade fixa para se
proclamar a vetustez.
Escutemos, entretanto, mais um poeta,
também ele cantor do tempo que deixa marcas em nós. Refiro-me a Rui Knopfli,
poeta luso-moçambicano que embalou seus ritmos nas monçanas águas do Índico.
Assim cantava Knopfli, no seu poema “O
Velho”:
“Não
envelheço. Torno-me antigo.
O Velho
sempre viveu em mim,
sempre o
pressenti no olhar
magoado
demorando-se nas coisas,
em certa lentidão
não premeditada
dos gestos
e nas lembranças confusas
de uma outra
recuada idade.
Sempre
aflorou na mão e na estima
triste que
se estende aos amigos,
na aresta
de desconsolo que espreita
as minhas
horas de amor.
O Velho
sempre viveu em mim.
Eis que,
enfim, o reboco
se lhe
começa a assemelhar.”
Retenhamos a metáfora do reboco a
assemelhar-se à velhice que transparece, para invocarmos Espinosa que definia o
corpo, em sua obra Ética-Parte I, deste modo: “Um corpo é um pedaço de natureza
cuja fronteira é a pele.”
Mas a pele, diz a sabedoria da oratura
africana, “é só o embrulho da alma”, por isso ela esconde tantas vezes
dimensões espirituais e humanas, imperscrutáveis à sensorialidade visual.
Há, como se vê, um semantema comum
entre Espinosa e a sageza negra, na justa medida em que algumas outras
proposições da Ética consideram a indissociabilidade do corpo e da mente.
A proposição n.º 15, por exemplo,
afirma que “A mente humana é capaz de perceber um grande número de coisas, e
fá-lo na proporção em que o seu corpo é capaz de receber um grande número de
impressões.”
E, na proposição n.º 22, Espinosa
acentua ainda mais a função da mente: “A mente humana percebe não só as
modificações do corpo, mas também as ideias de tais modificações.”
Ao considerar indissociável o corpo da
mente e esta, a um tempo, mortal como aquele e, todavia, eterna, não na acepção
temporal da eternidade ou dum tempo sem tempo, mas somente na dimensão de
substância, Espinosa permite-nos compreender melhor a ideia de que a velhice do
corpo não é concomitante da velhice da mente.
Aqui introduziríamos, portanto, a
distinção necessária entre senioridade e velhice, isto é, a diferença entre o
amadurecimento psíquico ou mental (senioridade) e o definhamento biológico
(velhice), em que a pele, como fronteira do corpo, nos revela as marcas
temporais da idade do enrugamento que o saber da experiência feito sulcou, ao
mesmo tempo que nos aconchegamos numa liberdade interior que a memória nos
permite degustar.
A senioridade, como escrevia Knopfli,
torna-nos antigos, mas não forçosamente velhos. Antigos, porque já nos foi
possível tornar o futuro em passado, isto é, já vivemos factos, situações,
espaços e tempos que nos ajudam a relativizar a importância, o interesse e o
valor das coisas.
A senioridade suplanta em nós a
juventude ou a verdura e imaturidade na relação com os outros, na vivência no
nosso habitus, como queria Bourdieu. Ser sénior é ser senhor, é assenhorear-se
do tempo e da relação existencial com os outros a quem se dá segurança pelo modo
como se olha para o mundo. Um modo tranquilo e demorado de ver, uma “lentidão
não premeditada nos gestos e nas lembranças confusas / de uma outra recuada
idade”, como Knopfli poetava, tenha sido essa idade real ou imaginada como
projecção de nós.
A senioridade conduz-nos à senescência
(senescĕre do verbo senĕre = estar ou ser velho) como pórtico de uma nova idade
em que a veterania assoma, apresentando-nos à velhice, como o último ciclo da
vida que nos prepara para o rito de passagem de cá para lá, para que outra vida
possa vir de lá para cá.
É aquele rito de passagem que Platão
tão bem glosou no diálogo Fédon ou da imortalidade da alma, no qual realça a
importância decisiva da morte para a vida, tal como os povos Etruscos já a
entendiam ao cunharem o conceito de munthus, espécie de túnel por onde se vem
do além, do não existente, para o aquém, para o existente, assim se
justificando a vida com a expressão “dar à luz”. Se se vem à luz, é porque se
parte das trevas, ou seja, a vida é extraída da morte, em acto do mais puro
naturismo em que toda a semente só frutifica depois de morrer, depois de
sepultada ou enterrada.
Esse conceito etrusco do munthus
originou o latino mundus, donde tiramos o nosso termo mundo, como significando
o lugar onde se existe, onde tudo existe. Por isso, também dizemos “vir ao
mundo”, para cumprirmos o ciclo vital na roda incessante do tempo como o
intervalo entre o antes e o depois.
É nesta compreensão do tempo que cada
um constrói a sua senioridade, porque esta é, de facto, uma construção pessoal,
individual, em que a nossa casa da vida é feita de materiais mais ou menos
nobres, mais ou menos duradouros, em função do capital de cultura que soubermos
aforrar para investir no momento certo.
A velhice, essa, é uma construção
social, hoje transformada numa instância de germinação dos discursos políticos
e de civilização de comportamentos, infelizmente tão distante da nossa própria
matriz civilizacional, seja ela a greco-latina seja a judeo-cristã. Nesta,
todos nos recordamos da função dos patriarcas; naquela, sabemos bem do papel
dos anciãos e dos senadores.
Foram matrizes em que a velhice era
venerável e politicamente considerada como estádio superior da existência
humana e, como tal, almejável. Em que a velhice era estruturante da organização
social, depositária não só da autoridade pública que o viver mais e, portanto,
o saber mais lhe conferiam, mas também dum estatuto não apenas de referência
outrossim de interpretante do futuro.
É nesta acepção de interpretante do
futuro que vemos investida a célebre figura do Velho do Restelo que Camões
consagrou na nossa própria tradição histórico-cultural:
“Mas um
velho, de aspeito venerando,
Que ficava
nas praias, entre a gente,
Postos em
nós os olhos, meneando
Três vezes
a cabeça, descontente,
A voz pausada
um pouco alevantando,
Que nós no
mar ouvimos claramente,
Cum saber
só de experiência feito,
Tais
palavras tirou do experto peito.”
O Velho do Restelo, todavia, não foi
escutado e as naus do Gama lá seguiram para Calecute, assim iniciando temerariamente
uma história trágico-marítima cheia de “fumos da Índia”, como chamou Afonso de
Albuquerque ao nevoeiro de riquezas que toldou a visão ao rei D. Manuel I, a
partir de cujo reinado, Portugal começou definitivamente a entristecer, ao
mesmo tempo que “o Velho do Restelo” se transformava na metáfora da nossa
fatalidade de desvalorizar a sabedoria daqueles que já viveram o futuro que é
agora o presente dos jovens.
Com o Velho do Restelo tão enquistado
na retórica política, não nos apercebemos da degradação semântica que a noção
concreta de idade trouxe ao conceito nobre de velhice.
Tal degradação inicia-se de forma mais
avassaladora quando, em França no séc. XVI, a idade passa e ser critério de
classificação. Isso ocorreu, porque se começou a registar civilmente os
nascimentos que, antes, eram somente objecto de registo paroquial.
A partir de então, as pessoas começam a
ter idade civil e a existência condicionada, física e psicologicamente, por um
calendário e não mais pelas estações do ano e pelos eventos vários da Natureza
ou da vida social que as integrava.
Dir-se-ia, regressando a Espinosa, que
se separava, por via disso, a mente do corpo, deixando esta de constituir uma
única substância contida numa forma acidentalmente mutável.
Era-se velho, porque se havia atingido
ou ultrapassado a idade convencionada para o início da velhice. E, todavia,
tudo isto era alegoricamente contrariado pelo Velho Testamento e pelos seus
livros do Genesis e do Exodus, em que os patriarcas e, desde logo, Moisés viviam
centenas de anos fecundos.
E, no entretanto, hoje, cada vez mais
olvidados dessas leituras genesíacas, hipervalorizamos a velhice dos objectos e
hipovalorizamos a das pessoas. Àquela conferimos a prestabilidade da decoração
invidiosa ou de ostentação social; a esta, à velhice das pessoas, vemo-la como
imprestável e socialmente pesada e esconsa.
É esta tecnologia da inversão dos
valores que nos vai diminuindo em humanidade e nos torna culturalmente mais
pobres, transformando a velhice quase exclusivamente numa questão de Estado,
não para dela beneficiar do seu conhecimento e das suas competências, antes,
para a tratar como um ónus para a sociedade e permitir que sobre ela se tenha
estereotipado o discurso político.
Essa estereotipia começou, porém, no
séc. XVII, como se comprova pela simples consulta do dicionário de Richelet. Aí
se diferencia a “ velhice masculina” e a “velhice feminina”, sendo que a
velhice dos homens é positivamente valorada por atributos morais e a das
mulheres, pejorativamente pelos aspectos físicos.
Richelet, entretanto, considerava que
quer a mulher quer o homem são velhos depois dos 40 anos e até aos 70 anos, mas
enquanto os homens são agradáveis na sua velhice, as mulheres tornavam-se
“fastidiosas, encarquilhadas, barulhentas”.
Indiferente ao dicionário de Richelet,
o chanceler Bismark, em 1886, estabeleceu na Europa a reforma aos 65 anos,
dando, assim, início a uma cultura social aiônica ou évica, em que a idade
acabou por ser violentadora da nossa relação com os outros e, portanto, geradora
de estereótipos discursivos ou de linguagem.
Para vermos como a linguagem pode ser
traiçoeira em estereótipos da velhice, bastará pensarmos na distorção que
alguns fazem ao ligarem, por falsa etimologia, a palavra “velho” (do lat. vetulus)
à palavra “velhaco”.
Na aparência gráfico-fonética,
parecerá aos incautos que existe algum parentesco entre velho e velhaco,
quando, em rigor filológico, velhaco pensa-se que radique no celta *bakallakos
(pastor, camponês), derivando daí também o francês bachelier “bacharel”; antes,
“jovem que ainda não é cavalheiro”.
Nesta acepção semântica, existe, como
se vê, uma antonímia entre “jovem” e “cavalheiro”; vale dizer que o
cavalheirismo é uma daquelas dimensões da senioridade, porque construção de nós
próprios, que nos torna mais estimados na velhice, aquela idade em que, nas
sociedades hierarquizadas, se ganha o estatuto gerontocrático ou do poder dos
mais idosos.
Mas esse poder não se determina por
qualquer manifestação democrática, antes se conquista pelo respeito e pela
autoridade que os menos idosos reconhecem a quem a “universidade da vida”
formou pelo trabalho honesto e dedicado, por exemplo, à ética ou aos valores
individuais de comportamentos solidários.
É poder que os povos de Bambara, na
África ocidental, traduzem eloquentemente no aforismo: “Em África, quando morre
um velho, enterra-se uma biblioteca!” Fica-se, portanto, mais pobre.
E entre nós: não haverá, antes, mera
reacção de alívio, de desoneração da voz do sentimento ofuscado pelo
racionalismo egoísta? Que aproveita, hoje, a nossa sociedade do saber de
experiência feito, como cantava Camões, daqueles que têm na memória dos tempos
os registos do que vale e do que não vale a pena viver?
E ao mesmo tempo que têm a memória do
passado, umas vezes saudosa, outras revoltada, também têm alguns deles a
memória do futuro desejado para os netos, para quem os avós deveriam voltar a
ser mais avós e menos amas, mais pedagogos (no sentido etimológico da palavra
grega de orientador de crianças) e interventivos na construção da personalidade
e do carácter que, moldados na primeira infância com rigor, gerarão
necessariamente cidadãos mais conscientes da função que devem ter na mudança
social e na transformação positiva da sociedade onde nos cabe viver.
Olhar para os avós na perspectiva de
que a sua denominação carinhosa significa aqueles que vieram antes e que
receberam de trás os ensinamentos e valores de vida a que chamamos vulgarmente
“tradição” (trahěre> traditio), isto é, aquilo que transportamos connosco do
passado para antecipar o futuro, ligando as duas dimensões do tempo (esta,
fictiva; aquela, factual) em que se sustenta a moral, ou seja, o respeito pelos
bons costumes, sendo destes o mais sublime o mandamento maior da nossa
humanidade cristã: amar o próximo como a si mesmo, depois de honrar o pai e a
mãe!
Só assim, na vivência plena da
liberdade para amar e ser amado, sem a coisificação do amor, antes no respeito
pela idiossincrasia do outro, que é sempre um outro e nunca a metade dum nós,
porque não há caras-metades, naquele sentido em que ou se tem a cara toda que é
a nossa ou não se tem e, então, é-se descarado, só assim, sem anulação do outro
por um eu possessivo, como se a pessoa fosse um objecto que se tem para uso
exclusivo ou para vantajosa transacção, só assim, poderemos ajudar com a nossa
senioridade e velhice tranquilas à mudança social que urge ser feita, para que
viver em sociedade não seja, como às vezes parece, punição do criador, antes, a
fruição do intervalo que nos coube para existirmos.
Se antes não puderam fruir tanto e tão
bem o vosso intervalo existencial, aproveitem agora este tempo de universidade
sénior para franquearem a fronteira do pedaço da natureza que é o corpo, na já
vista acepção da ética de Espinosa, deixando que por essa raia, que é a pele,
se liberte a vossa espiritualidade, o lado de dentro do vosso eu, que,
certamente, envolto em silêncio sabe que, se falar livremente com o corpo,
envelhecerá mais tranquila e pausadamente.
A senioridade está em nós, mas a
velhice está apenas no olhar de quem nos vê. Ser velho é uma inevitabilidade
biótica: estar velho é uma maleita pessoal de todos aqueles que desprezam Eros,
o deus da Vida, para deixarem livre acesso à insinuação das Parcas.
É necessário, para nos curarmos dessa
maleita, um choque cultural? Não o adiemos mais, porque o país está a fenecer
de pessimismo, de falta de alegria de viver, e nós precisamos de não continuar
agarrados à grandeza do que fomos, sonhando com distâncias e impérios,
insinuados pelo mar que tanto nos atrai para sulcarmos águas que Pessoa, na
Mensagem, sentia salgadas das lágrimas de Portugal!
Navegar é preciso, já não nas salsas e
lacrimosas águas do império, que se desfez, mas no mar interior de nós,
buscando um bom porto para acostar a nossa memória e imaginarmos outras
partidas, porque viver também é preciso, como Fernando Pessoa tão bem soube
dizer! Mas chorar não é preciso!
Gaudeamus, igitur! (Portanto, alegremo-nos!)
Salvato
Trigo
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Raquel Camarinha / Profissional do ano
"O objectivo do Rotary é
estimular e fomentar o ideal de Servir como base de todo o empreendimento
digno, promovendo e apoiando:
Primeiro: O desenvolvimento do
companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir;
Segundo: O
reconhecimento do mérito de toda a ocupação útil e a difusão das normas de
ética profissional;
Terceiro: A melhoria da comunidade,
pela conduta exemplar de cada um na sua vida pública e particular;
Quarto: A aproximação dos
profissionais de todo o mundo, visando a consolidação das boas relações, da
cooperação e da paz entre as nações.”
Da leitura do segundo objectivo,
pode-se facilmente perceber a importância que o movimento rotário atribui à
actividade profissional.
Neste sentido e de modo a prestar reconhecimento aqueles que alcançam excelência
na sua actividade profissional e a exercem com elevado padrão de ética,
o Rotary Club da Póvoa de Varzim, procede à Homenagem ao Profissional.
Este ano o prémio será atribuído a Raquel Sofia Camarinha Rosa.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Universidade Sénior – Testemunho
Se o que me pedem é um testemunho sobre a Universidade
Sénior (criada pelo Rotary Club da Póvoa de Varzim em 27 de Novembro de 2007),
então acedo com prazer, porque é um privilégio falar de uma instituição
exemplar, ao serviço da comunidade em que se insere.
É
exemplar pela diversidade de disciplinas da oferta escolar (Cuidados de Saúde,
Danças de Salão, Oficina de Artes Visuais, Filosofia, História, Informática I,
Informática II (Internet), Inglês II, Inglês V, Literatura, Música, Psicologia,
Instrumentos Musicais (Cavaquinho), Ginástica de Manutenção e Hidroginástica), a
que acresce o coro, o conjunto dos cavaquinhos e, em breve, o grupo de teatro;
É
exemplar porque reúne os benefícios de um espaço de aprendizagem, de interação
saudável e de afetos, características harmoniosamente conciliadas no sentido da
felicidade das pessoas envolvidas.
Está
no 5.º ano de funcionamento. Em cada um dos primeiros três anos de existência
inscreveu 120 alunos e, em 2010/2011, 137, número de que nos aproximamos no ano
corrente, pesem embora os reflexos da “crise”.
Curiosamente,
tem-se repetido a tendência no sentido de que 2/3 dos alunos são senhoras e 1/3
cavalheiros.
Por
idades, tivemos, em 2010/2011: dois alunos com mais de 90 anos; outros dois na
casa dos 80; 24, entre 70/79; 80, de 60 a 69; 26, entre 50 e 59.
Numa
análise possível, sem garantia de rigor, admitimos que a formação académica dos
alunos, também em 2010/2011, se distribuía como segue: 22% com curso superior
(universitário); 29% com curso médio; 39% com o curso dos liceus ou equiparado
(ensino secundário); 10% com a 4.ª classe ou ensino preparatório.
Tem
sido um êxito a atuação do coro, em público, nos eventos internos e nas
instituições de solidariedade social (a cantar as janeiras);
O conjunto dos cavaquinhos
está em franco progresso. Já participou na reunião festiva de aniversário do
Rotary Club da Póvoa de Varzim e prepara-se para as primeiras exibições
públicas.
Os passeios escolares, três
por ano, sempre especialmente agradáveis, não têm chegado para as encomendas.
Pelo que dissemos e pelo muito
que fica por dizer, a Universidade Sénior da Póvoa de Varzim é já motivo de
orgulho para o Rotary Club da Póvoa de Varzim e bem que o pode ser para todos
os poveiros.
O Director,
Serafim Amaro Afonso
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
USRCPV
Nota - Ao contrário do que vem anunciado sobre o local das Matrículas na Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Varzim, estas realizam-se na sede da instituição, na Rua da Lapa, n.º 23, no horário das 14.30 às 17.30.
Notícia de A Voz da Póvoa
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