Seguidores

sábado, 2 de abril de 2011

Relatório do Passeio da Primavera

Tenho que “agradecer” à minha querida amiga Áurea o facto de estar para aqui a teclar sem saber muito bem como me vou sair desta empreitada, mas não posso deixar ficar mal todo o trabalho que a excelente equipa do professor Sá Couto realizou com este passeio a Foz Côa. Assim sendo, vou tentar descrever com exatidão a fantástica experiência vivida por cerca de 50 alunos da Universidade Sénior e, como para mim foi uma estreia, não posso deixar de comentar a simpatia de todo o grupo.

Esta Viagem de Estudo, à qual eu chamei Passeio da Primavera, tinha como principal objetivo apreciarmos toda a beleza das paisagens adjacentes principalmente ao Rio Douro, onde a natureza, nesta altura do ano, se mostra exuberante com as suas Amendoeiras em Flor, e chegarmos a Foz Côa, para uma visita ao museu e pernoitarmos nesta cidade.

Assim, no dia 2 de Março, pelas 8 horas, saímos da Póvoa com destino à Régua, onde fizemos uma pausa de 30 minutos - 1ª paragem técnica para café, um bolinho a acompanhar e, claro, a habitual visita ao “wc”. Aqui, acho que devo referir o pequeno acidente sofrido pela nossa querida drª Emília Godinho, que foi prontamente assistida pelo nosso amigo Touguinha, sempre solícito e prestável .O acidente não resultou em nada grave, felizmente!

Durante o percurso, muita coisa se passou dentro do nosso autocarro: o professor Sá Couto distribuiu dois poemas que tinham como tema a natureza e que seriam mais tarde lidos por algum voluntário/a ; a sua esposa, Fátima Sá Couto, muito conhecedora daquelas paragens, foi dando explicações sobre a paisagem e sobre o percurso que faríamos; a minha amiga Áurea teve uma intervenção muito feliz, falando das amendoeiras e lendo para todos a Lenda das Amendoeiras, trabalho de pesquisa, claro , que depois entregou a todos os participantes. Por esta altura, começaram a surgir os primeiros enjoos, o que parece que já é habitual, pois não faltaram os milagrosos comprimidos, fornecidos pela solícita organizadora Fátima Sá Couto e também pela Áurea; o nosso amigo Sepúlveda, depois de passarmos S. João da Pesqueira, puxou do seu cavaquinho e resolveu animar a malta, e que bem o fez, enquanto todos apreciávamos a beleza das amendoeiras , no seu colorido rosa e branco !

A chegada a Torre de Moncorvo, para o almoço, foi um pouco mais tarde do que o previsto, com tanta coisa bela para admirar, mas chegámos a tempo de nos deliciarmos com um almoço onde nada faltou: bom pão, bom presunto, queijo, alheiras, chouriça, eu sei lá que mais, tudo isto a anteceder um ótimo bacalhau e regado com bons vinhos. Enfim, não faltou nada, como se costuma dizer em bom português!

E lá vamos nós de abalada em direção a Foz Côa, ou melhor, ao seu Museu, onde tivemos dois guias por nossa conta, dado o número elevado de pessoas, e onde pudemos ver bem presente a preocupação em preservar, valorizar e divulgar toda uma cultura do património material e imaterial do Douro Vinhateiro. A visita durou cerca de duas horas e foi realmente interessante e enriquecedora! Depois do Museu, como estava previsto, visitámos a Igreja Matriz, belíssimo monumento do séc. XVIII com uma imponente fachada manuelina e também o Pelourinho.

Após termos cumprido os objetivos culturais, e depois de devidamente instalados na Albergaria de Foz Côa, lá nos dirigimos para o restaurante “O Bruíço”, onde nos esperava mais uma faustosa refeição: para entrada, pão, azeitonas, queijo e migas de espargos e de seguida sopa seca e/ ou mista (que gerou uma certa curiosidade ), mas que satisfez toda a gente! Tudo isto regado com vinhos da região e outras bebidas para os mais “fracos”. A sobremesa foi à escolha do freguês…

Depois de jantar, era pouca a vontade de ir para a cama ( era preciso fazer-se a digestão ) e então os músicos de serviço, o Sepúlveda com o seu cavaquinho e o Zé Maria com a viola, apoiados pelos elementos presentes do Grupo Coral animaram o serão com as suas cantorias. Foi um final do 1º dia fantástico! Via-se que reinava a alegria e a boa disposição. Mas eram horas de recolher…

A saída de Foz Côa deu-se às 9 horas tal como estava combinado e quando nos aproximávamos de Almendra, fomos surpreendidos com uma beleza sem par: uma imensidão de amendoeiras em flor, numa maravilhosa mistura de rosa e branco! A paragem para fotografar tornou-se obrigatória! Atravessámos Almendra e seguimos para Figueira de Castelo Rodrigo, subimos até o monte onde estão as ruínas do velho castelo e donde se avistava uma bela paisagem.

A paragem seguinte foi em Freixo de Espada à Cinta, onde tivemos um guia local, bastante conhecedor de toda a história desta vila que pertence ao distrito de Bragança e subregião do Douro e que tem cerca de 2100 habitantes, não contando com as freguesias. Nesta vila nasceu o poeta Guerra Junqueiro em 17 de Setembro de 1850. Depois da visita aos principais lugares de interesse, e porque já se fazia tarde para tratar dos estômagos dos participantes, abalámos com destino a Carviçais e ao restaurante ”Artur”, onde, novamente, a organização deu provas de que tudo foi tratado até ao mais ínfimo pormenor. Não me vou alongar, fazendo crescer água na boca, mas o almoço foi realmente e mais uma vez, uma refeição completíssima e excelente, provando que” para aquelas bandas” se come do bom e do melhor. Come e bebe!

Quando deixámos o restaurante eram 16 horas e lá seguimos em direção a Mirandela, com passagem por Vila Flor.

Mirandela, situada nas margens do Tua, merece também uma pequena referência, até porque eu, pessoalmente, não ia lá há muitos anos e fiquei deveras espantada com o desenvolvimento que esta cidade sofreu, transformando-se num belo e moderno espaço que soube respeitar a sua paisagem natural e o que de histórico havia a preservar.Claro que a paragem aqui tinha como um dos objetivos o “abastecimento” de alheiras, presunto, pão, azeite, queijo, etc. E tudo isso aconteceu, havendo ainda tempo para tomar um café, comer um bolinho, e, claro, a habitual visita ao WC.

Finalizo este meu apontamento, referindo o mais importante: creio que os objetivos do passeio/viagem de estudo foram plenamente atingidos: passeamos, convivemos, divertimo-nos ( e muito) e APRENDEMOS. O meu muito obrigada, por permitirem que eu e o meu marido, novatos nestas andanças, fizéssemos parte desse grupo maravilhoso “chefiado” pelo casal Sá Couto.

Manuela Graça

P.S. Como decerto repararão, eu já escrevi ( embora não goste ), segundo o novo acordo…

Por lapso, não referi que os poemas sobre a natureza foram lidos e muito bem pelo nosso amigo Zé Maria. As minhas desculpas!

Sem comentários: