Seguidores

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Passeio da Universidade Sénior a Vila Real

Eu sei, mas não devia, de Marina Colasanti*

vertigo_by_nadiard Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim-de-semana. E se no fim-de-semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

* Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com “Eu sei mas não devia” e também por “Rota de Colisão”.

O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia”, (1972)

Foto: Verigo, por Nadiard

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Rotary no Haiti com o projecto Shelter BOX

Shelter box_Desenho Neste momento já chegaram ao Haiti 5 aviões com mais de 2.000 Shelter BOX, que estão a see distribuídas pela equipa da Shelter BOX no local (Response Team), com a ajuda dos marines Holandeses, Rotários, agência Francesa ACTED e a Cruz Vermelha Francesa.Chegada_0 Neste momento estão a ser auxiliadas mais de 20.000 pessoas e a equipa de voluntários da Shelter Box em Inglaterra, está a trabalhar arduamente para conseguirem embalar mais cerca de 3.000 Shelter BOX, que se prevê chegarem ao Haiti ainda esta semana.
Tendas_5 O custo de cada caixa (Reino Unido: £ 490 = € 563.29) - inclui o custo de todos os materiais, embalagem, armazenagem, transporte e distribuição em todo o mundo. Este baixo custo é conseguido através do trabalho conjunto com os fornecedores, obtendo-se assim todos os componentes abaixo do seu preço comercial. Partindo do princípio que a sua utilização dura seis meses, isto equivale a que abrigo e conforto para cada pessoa, por dia, custa menos de 30 pence (35 cêntimos).
Tenda_Montada_3
Vários clubes rotários portugueses estão a doar estas Shekter BOX. Para doar uma Shelter BOX, clique aqui
Para saber mais: Shelter BOX

domingo, 24 de janeiro de 2010

Da caixa de comentários… Elucidando(?)

rotary_people
No post anterior um
Anónimo disse…
“E na Póvoa de Varzim???
Continuam a ignorar aquilo que se passa na vossa terra e a preocupar-se com problemas distantes...”
Miguel Loureiro disse…
Caro Anónimo
Obrigado por nos ter visitado e por ter reagido.
Como ponto prévio diria que sendo o anonimato uma forma pouca operacional para interagir ao nível da "conversa" entre pessoas, não deixei de publicar o seu comentário, só porque enveredou pela correcção. Mas porque estamos num país livre e de direito, onde se pode dar opinião, sem punição, se quiser dialogar e quando quiser, pode e deve fazê-lo, com assinatura.
Sobre a crítica em questão muito haveria a dizer, mas sintetizarei:
1. Rotary, é um movimento internacional, formado por profissionais de várias áreas, que trabalha em rede através de cada clube, podendo agir localmente, nacionalmente e internacionalmente;
2. Não sendo uma ONG de dar bens materiais (só excepcionalmente), mas de prestar serviços, alertar e consciencializar os seus sócios e demais pessoas para as causas que estão na base dos problemas mundiais, que se reflectem nos nacionais e nos locais, é esse o caminho que estatutariamente tentamos cumprir;
3. Sendo um grupo de pessoas com alguma visibilidade e intervenção na sua comunidade, quer profissional, quer social, quer intelectualmente, a intervenção a nível local pode passar por aí, ou seja, pela sensibilização do poder (local/económico) para “fazer-fazer”, que é o mesmo que dizer, levar o poder/empresas a fazerem o que devem, por razões de direito dos cidadãos;
4. A nível local, há já muitas associações com objectivos de caridade, filantropia ou solidariedade, em termos materiais, que não são os de Rotary;
5. Sendo o objectivo último de Rotary, a Compreensão e a Paz Mundial, a sua acção deve ser numa perspectiva global, incidindo em áreas onde a pobreza, além de visível, é escandalosa e resolúvel com parcos meios;
6. Como exemplo (que não é o primeiro), quando já todos tiverem sacado parte das verbas destinadas à reconstrução do Haiti e depois de o deixarem, seguramente que serão os Clubes Rotários do Haiti, no terreno, que manterão esses e outros projectos, até à sua conclusão(?), tal como aconteceu nos países do tsunami e em tantos outros, servindo-se da Rotary Foundation, a 2ª maior fundação a nível mundial;
7. Cada clube entende Rotary como entende, e age conforme esse entendimento, as suas possibilidades e estratégias, como é o caso do R.C. da Póvoa de Varzim, sem olhar apenas para o seu umbigo;
8. É lógico que Rotary e os rotários exercem a sua actividade segundo estatutos que aceitaram e não segundo o entendimento do que é ou deveria ser Rotary, feito por quem não é sócio e não está comprometido com esses estatutos;
9. Mas, cada sócio de Rotary, dentro do espírito e do lema rotário "Dar de si antes de pensar em si" e como cidadão, exerce cargos de predominância em muitas outras associações locais, e são muitos, não o impedindo, antes congratulando-se com essa intervenção local a que se refere;
10. Finalmente, temos tido e mantemos projectos a nível local, por exemplo o Rotaract e o último, que nos orgulha, a Universidade Sénior, limitando-se ambos às fronteiras concelhias.
Não sei se fui convincente, mas pretendi ser esclarecedor e honesto na resposta.
Se tiver números(?) de fonte credível sobre o nosso Concelho, faça-nos chegar e publicaremos.
Volte sempre, mas não tenha receio de se identificar.
Cumprimentos
Miguel Loureiro – Presidente 2009/2010 do R.C. da Póvoa de Varzim

sábado, 23 de janeiro de 2010

Números?


• População Mundial
6.858.884.216 pessoas
Pobreza
1.000.000.000 pessoas vivem com menos de 1.00 € por dia
2.500.000.000 pessoas vivem com menos de 2.50 € por dia
Ajuda portuguesa
Portugal ajuda, no combate à pobreza, com 0,21 % do seu PIB estando previsto atingir o valor de 0,70 % em 2015

• População Europeia
496.886.262 pessoas
Pobreza (“Limiar de pobreza”: fixado em 60 % da mediana de rendimento do respectivo país.)
80 milhões de europeus,17% da população (incluindo Portugal)

• População Portuguesa
10.649.434 pessoas
Portugal na Europa
Representa cerca de 2,15 % da população total Europeia (25)
População Activa
População activa em Portugal situa-se nos 5.587.300 indivíduos
Mulheres/Homens
A relação de mulheres para homens é de 107 para 100 respectivamente
Imigração
Em Portugal existem 3,40 imigrantes por cada 1000 habitantes
Milionários
Nº de portugueses com mais de 1.000.000 € é de 10.900 (crescimento de 3,10 %)
100 Fortunas
As 100 maiores fortunas de Portugal representam em valor 17 % do PIB
Pobreza (com menos de 360 euros mensais)
Estima-se 2.500.000 de pobres em Portugal incluindo 400.000 imigrantes 20%
(Sem pensões ou subsídios, a taxa de pobreza em Portugal seria de 40%)
1 em cada 5
...dos Portugueses vive no limiar da pobreza.

• População Poveira (Censos de 2001)

63.470

Nota - Para quem quiser estimar as taxas de pobreza ao nível do Concelho, basta fazer as contas...
Fontes: EUROSTAT e Portugal em números
Actualizado em 24/01/10

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Angariação de Fundos para o Projecto dos Cônjuges do Distrito 1970

 ipo-logo_2 ACISJF

Caro(a) Companheiro(a)

No nosso distrito o papel dos cônjuges tem sido muito importante. Dá-nos mais visibilidade e é uma contribuição decisiva para que atinjamos os objectivos que traçamos no início de cada ano rotário.

Em consequência convido-o(a) a comemorar connosco os 105 anos de Rotary, no próximo dia 23 de Fevereiro, às 20H30m, num Jantar no Porto Palácio Hotel.

As receitas destinam-se à vertente do projecto dos cônjuges “satisfazer os desejos de crianças internadas no IPO do Porto” e, ainda, para a ACIAJF – Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude Feminina, que acolhe mães solteiras em risco social e dá refeições diárias para muitas pessoas carenciadas.

O jantar terá o apoio do Hotel porto Atlântico e a supervisão do Chefe Hélio Loureiro que, mais uma vez, colabora com o nosso Distrito em acções de apoio social.

Vamos todos estar presentes pois assim prestaremos uma justa homenagem a todos os cônjuges do nosso Distrito que merecem isto e muito mais.

Aceite um abraço do companheiro e amigo,

Manuel Cordeiro - Governador do Distrito 1970, 2009/10

Contactos:
Ferreira Pinto: 933513885; f.ferreirapinto@netcabo.pt
Nani Ferreira Pinto: 919367170; Miita Lopes Cardoso: 919901566

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Primeira reunião do CA da Fundação Rotária Portuguesa em Guimarães muito aplaudida

Mesa_FRP Clubes enaltecem decisão e apostam no novo projecto da fundação 
Assitência_FRP A reunião mensal do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) decorreu, no fim-de-semana, na sede do RC Guimarães. O encontro revestiu-se de excepcional interesse por parte dos clubes rotários do Distrito 1970, uma vez que foi a primeira reunião descentralizada daquele órgão da FRP e para o qual foram convidados os presidentes e representantes de 35 clubes rotários.

Um dos objectivos da reunião, reflectia o desejo da FRP estar cada vez mais próximo dos clubes rotários e dos rotários, foi amplamente atingido pois estiveram presentes cerca de 30 clubes que fizeram sentir os seus anseios e vontades. Mas, também deixaram sugestões e pistas para que os objectivos enumerados no novo modelo estratégico aprovado na Assembleia de Representantes realizada em Outubro, em Fátima, possam ser concretizados. Aliás, este foi, juntamente com a apresentação de novas estratégias para angariação de fundos a favor da FRP, o ponto principal de debate.

Frederico Nascimento, presidente do CA da Fundação, orientou os trabalhos do encontro e lembrou o que se pretende com o novo modelo estratégico. Um instrumento que «vá ao encontro das necessidades e dos interesses dos clubes. Mas é importante saber o que é que os clubes esperam da FRP».

Na sequência desse pressuposto, Soares Carneiro (administrador da FRP), apresentou as linhas orientadoras do novo modelo, que propõe uma «Fundação que quer passar a ser um instrumento da acção dos clubes rotários portugueses na medida em que os clubes lhe proponham projectos, que a FRP apoiará na medida dos seus capitais e deixará de ter bolsas próprias e projectos próprios estará apenas ao serviço dos clubes. É claro que isto irá obrigar os clubes a terem uma posição pró-activa».

Mas, lançou também para debate algumas questões pertinentes que surgem da ampla reflexão que o CA fez sobre os 50 anos de actividade da instituição e que partilhou com a plateia: O que é que foi a Fundação? Qual é o papel da Fundação no movimento rotário? Qual é a ligação que a FRP tem com os clubes rotários? E a terminar deixou à plateia a questão que julga ser a mais pertinente «a pergunta que se coloca passados 50 anos é: se a FRP deverá continuar a esgotar todos os seus recursos nessa acção apenas na área da Educação ou pelo contrário poderá aproximar-se mais das aspirações dos clubes podendo apoiá-los na Educação mas também noutras áreas de acção que os clubes têm quotidianamente».

O debate foi vivo e contou, entre outras, com intervenções de Miguel Loureiro, RC Póvoa do Varzim, Américo Simões, RC Guimarães, José Meireles de Barros, RC S. Mamede de Infesta, José Silveira, RC Amarante, Manuel Pereira, RC Vizela, Carlos Faria, RC Ermesinde, Carlos Teixeira, RC Viana do Castelo, Santos Bento, RC Senhora da Hora e José Pereira Herdeiro, RC Matosinhos, que apresentaram o sentir dos respectivos clubes, em áreas da educação (bolsas de pós-graduação) projectos que os clubes implementam e outros que podem vir a acarinhar, a forma como a FRP passará a apoiar os projectos dos clubes.

Tema amplamente esclarecido pelos administradores presentes que abordaram questões na área de atribuição de bolsas de estudo, assiduidade dos clubes nas Assembleias de Representantes, e financeira. Neste caso esteve em evidência a estratégia de angariação de fundos para a FRP que passa, nomeadamente, por incentivar os companheiros nos clubes (mas também amigos e conhecidos) a fazerem uso de um instrumento que está consagrado na Lei e que dá a possibilidade aos contribuintes em sede de IRS a poderem indicar 0,5 % do rendimento colectável a uma IPSS. Neste caso sugere-se preencher o quadro 9 do anexo H do IRS com os elementos relativos a: Denominação - “Fundação Rotária Portuguesa” e na coluna NIPC o número “501129081. As receitas provenientes deste “gesto” rondam nos três últimos anos cerca de 45 mil euros. Nestes esclarecimentos foram intervenientes os administradores Horácio Brito, Nogueira Santos, Soares Carneiro e Diamantino Gomes.

Tema transversal ao encontro foi o das Universidades Seniores de Rotary. Vários clubes partilharam a sua experiência e questionaram como a FRP poderá apoiar de forma efectiva estes projectos. Sobre o assunto, Frederico Nascimento, disse ser tema com matéria suficiente para suscitar uma reunião própria. Mas, adiantou, que com o novo modelo de acção a ser implementado os projectos na área das Universidades Seniores de Rotary poderão obter subsídio efectivo da Fundação. No entanto, frisou, ter de ser analisada e reflectida a forma como esse apoio chegará aos clubes.

A recente tragédia que assolou o Haiti também foi tema de reflexão. A questão levantada por Carlos Teixeira do RC Viana do Castelo propõe a realização de uma campanha de solidariedade liderada pela FRP e que permita a angariação de fundos ou géneros que posteriormente sejam enviados para o povo haitiano. Ficou, por parte do CA da FRP o compromisso de com o envolvimento das Governadorias e o apoio dos clubes rotários se estruture a estratégia que permita realizar uma campanha de solidariedade a favor do Haiti.

O encontro concluiu com o regozijo de Frederico Nascimento que sustentou: «Fundação dará particular atenção aos projectos dos clubes que se enquadrem nas ênfases presidenciais. Temos aqui um campo vasto de actuação desde o educacional ao humanitário. Porque estes projectos das ênfases presidenciais são fundamentais para melhorar o Mundo. A nossa comunidade local. Se actuarmos aí estamos certamente a actuar bem».

O que eles disseram...
Eu_FRP Todas as descentralizações, sejam em que áreas forem, são bem-vindas.
Sobre o novo modelo estratégico de apoio aos clubes, vai ser necessário, uma vez que a nova estrutura de funcionamento da Rotary Foundation vai implicar alterações a nível de Distrito, que vão impedir que grande parte dos clubes possam participar em projectos, pelo que os clubes terão de se virar para a FRP se quiserem fazer alguma coisa.
Miguel Loureiro

Fundação Rotária Portuguesa

Primeira reunião do CA da FRP em Guimarães
o que eles disseram...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lema rotário para 2010/11


Classificações

CLASSIFICAÇÕES ROTARIAS

Restaurantes Solidários – Uma garfada na luta contra a pobreza

Refeicao

2010-Ano Europeu A ideia de uma rede de “Restaurantes Solidários”  já existe há algum tempo e conta com restaurantes de Viseu, Coimbra e Matosinhos, entre outros.
Santa Maria da Feira é o mais recente adepto e que desde 16 de Outubro conta com 12 restaurantes das três freguesias do concelho a fornecerem, diariamente, 60 refeições gratuitas a famílias que precisem de ajuda, sejam mais de 1800 as refeições ao longo de um ano.
Esta acção está integrada no projecto "Conselho Solidário" de Santa Maria da Feira - que promove ainda o Bazar-Loja Social, o Programa Sorrisos e o Cartão Feira Sénior, sendo a Câmara, a entidade promotora do projecto, numa acção de solidariedade exemplar e a copiar.
As pessoas que beneficiam das refeições gratuitas são tratadas como qualquer cliente do restaurante e nem sequer serão identificadas à chegada, porque só no final do almoço é que apresentam o ticket-refeição com que ficam isentas de pagar a conta, tendo como alternativa, levar a refeição para casa.
Este projecto traduz uma forma de despertar a responsabilidade social das empresas, em que o respeito pelo anonimato de quem recebe e de quem oferece, dignifica uns e sublima o gesto dos outros, que prescindem de publicidade.
Em Madrid, a campanha de “Restaurantes Solidários” começou entre 6 e 15 de Novembro, teve a iniciativa da Salir.com, que juntou a “Acción contra al hambre”, “Turismo Madrid” e “Livebookings” apresentando esta proposta solidária com uma selecção dos melhores Restaurantes de Madrid, onde se pode reservar mesa de forma gratuita através de Salir.com e desfrutar dos menus solidários, a um preço muito económico.
Tal como cá, os primeiros resultados da campanha foram muito positivos, pelo que num futuro próximo esta iniciativa se deverá estender a Restaurantes de Barcelona e a outras cidades de Espanha.
Na sociedade em que vivemos e dadas as circunstâncias, que não podemos aceitar como fatídicas, temos que destacar comportamentos sociais como estes, que adiam a pobreza e a exclusão social, diminuindo o sofrimento de quem está dependente ou pode ser formatado como precário ou pessoa descartável.
Parabéns aos promotores, em todas as cidades e nações e que a ideia floresça, provisoriamente…

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pobreza em Portugal: "É preciso subir os salários e diversificar fontes de rendimento"

Bruto da Costa
2010-Ano Europeu O coordenador do estudo “Um Olhar Sobre a Pobreza”, Alfredo Bruto da Costa, não tem dúvidas: os baixos salários são um problema grave, que contribui para a pobreza em Portugal. É preciso aumentar os ordenados e democratizar as empresas.
É mesmo verdade que metade da população portuguesa está numa situação vulnerável à pobreza?
É mesmo assim. Este é um aspecto da pobreza que, em Portugal, é analisado pela primeira vez: quantas pessoas, ao longo de seis anos, passaram pela pobreza e foram apanhadas como pobres em pelo menos um dos anos. A opinião pública, enquanto tal, nunca foi confrontada com esta realidade.
E a opinião pública pergunta: onde estão os pobres?
Esse é outro problema: o da definição de pobreza. Quando se pensa em pobreza, pensa-se em miséria ou nos sem-abrigo. O pobre, na definição adoptada no estudo, é alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa. Miséria é uma parte disso.
Apesar de tudo, mais vale ser pobre em Portugal do que em alguns países de África ou da Ásia?
Sim, em termos absolutos. Em termos relativos, não necessariamente. Porque a pobreza é um fenómeno social, não apenas individual: é não ter recursos para participar nos hábitos e costumes da sociedade. Se uma criança pobre não pode vestir-se como os seus colegas, para não ser ridicularizada, mesmo que tenha mais que uma criança em África, sofre de exclusão.
O que é preciso para não ser estigmatizado em Portugal é muito mais do que em outros países. Há uma definição do século XIX, que diz que uma pessoa é pobre quando não tem dinheiro para vestir uma camisa que seja aceitável na sociedade.
Os 47 % de famílias que viveram uma situação de pobreza não são o mesmo que a taxa de pobreza em Portugal que continua nos 20 %o.
Há uma população, num determinado momento do tempo, que é analisada através de uma radiografia instantânea – são os 20 por cento. Outra coisa é uma sociedade cuja vida só é captada num estudo longitudinal, ao longo de um período.
Porque se fala da persistência da pobreza em Portugal?
A partir da entrada de Portugal na Comunidade Europeia, houve um facto que alterou a atitude da sociedade portuguesa perante a pobreza: Portugal passou a ter programas de luta contra a pobreza, através de metodologias que deram um salto qualitativo no modo de encarar e tratar a pobreza. Poderíamos esperar que a pobreza tivesse uma redução apreciável.
E não teve?
Não teve. Em 2004, terá sido de 19 por cento, em 2005 terá sido 18 por cento. É uma tendência? Falta ver o que se passou nos anos seguintes. O que sabemos é que, durante esse período de 20 anos, andámos à volta dos 20 por cento. Mesmo que se admita que houve uma tendência ligeiramente decrescente, não explica que a ordem de grandeza se situe nos 20 por cento. A pobreza em Portugal ou se manteve estável ou teve uma redução sem proporção com o esforço feito desde que Portugal entrou na UE, na luta contra a pobreza.
E qual é razão principal?
São várias. Mas há uma questão chave: é tempo de a sociedade se interrogar sobre o porquê esta resistência da pobreza perante tanto esforço, boa vontade, recursos, nos últimos 20 anos.
Neste estudo, não entrámos no porquê. Estamos muito virados para a ideia de que a luta contra a pobreza é igual a políticas sociais. Quando há uma percentagem tão elevada de famílias pobres entre pessoas empregadas, vê-se claramente que a política social é um instrumento útil, mas não resolve tudo. Pode ser decisivo para o terço de pensionistas ou para o outro terço, de outros inactivos como domésticas, que nunca trabalharam nem tencionam trabalhar. Aí, ou a sociedade portuguesa resolve valorizar economicamente o trabalho doméstico e tem uma modalidade de remuneração – o que seria uma revolução cultural – ou isso nunca se resolve.
A outra parte – os pobres que estão empregados, por conta própria ou por conta de outrem – não se resolve com política social, é um problema económico.
É um problema de salário?
É fundamentalmente um problema de salário.
O texto diz que os salários são uma questão complexa e o que há a fazer está sobejamente identificado. É subir os salários?
Sim. Mas pode-se subir os salários sem aumentar a produtividade? Todos dizem que a economia portuguesa não pode continuar com salários baixos. O que se diz a seguir é que os salários não podem aumentar sem aumentar a produtividade. Uma das causas de baixa produtividade é a baixa qualificação dos trabalhadores, mas isso só explica uma parte muito pequena.
Uma das razões essenciais é a evasão fiscal.
Há muitas outras: a organização da empresa, os métodos de gestão. Há uns anos, se se dissesse que também os empresários tinham baixas qualificações, seria quase um escândalo. Hoje, é uma realidade que entra pelos olhos dentro. A sociedade portuguesa estava atrasada em termos de qualificações, a todos os níveis. Temos que fazer uma opção: ou se resolve o problema dos rendimentos das famílias de outra forma ou se declara que nos próximos 20 ou 50 anos os salários continuarão baixos.
Essa não é a sua opção?
Claramente que não. Há muito que defendo que deve haver uma diversificação das fontes de rendimento: uma parte do trabalho, outra do capital, o que implica uma democratização no acesso ao capital, que não é só poder comprar uma acção: o número de acções que um cidadão comum tem não lhe permite ter a mais pequena influência na gestão da empresa. O que importa que o capital esteja disseminado quando quem continua a mandar são os grandes? A democratização do capital deve ser também a democratização da empresa.
Pode haver ainda medidas como um rendimento básico – já utilizado numa região da Bélgica e num estado norte-americano – que todos os cidadãos recebem, sobre o qual constrói o seu rendimento familiar. Esse rendimento básico pode não ser suficiente para viver, mas é uma almofada que protege nos ciclos em que inesperadamente se perde o rendimento.
Num mercado economicamente liberal, temos que saber se é possível alguma vez termos pleno emprego. Eu tenho dúvidas.
A prioridade que se dá à redução do emprego não é então viável?
Tenho dúvidas de que seja. Pode ser reflexo de falta de coragem para aceitar a realidade. Se tivéssemos a lucidez de o admitir, haveria outro tipo de medidas a tomar para acorrer a essas situações.
O estudo fala no ciclo vicioso da pobreza: o pobre tem baixas qualificações e não melhora as qualificações porque é pobre. Como se rompe isto?
Uma das respostas é que o sistema educativo tem que ter condições de acesso e sucesso das crianças provenientes dos meios pobres. O sistema educativo está desenhado à imagem da família média e média alta: métodos pedagógicos, conteúdos escolares, o tipo de apoio que a criança pode ou não ter em casa, dadas as condições de habitação ou o grau de instrução dos pais… Há certos pressupostos de que os pais têm conhecimento para ajudar, de que têm acesso à internet ou a livros de consulta… Às vezes, as crianças não têm sequer um canto para fazer os trabalhos de casa.
Os programas de luta contra a pobreza não têm funcionado porquê?
Todos os projectos são desenhados de modo a não mexer no resto da sociedade. Essa é uma limitação decisiva. Se não há mudança social, não pode haver erradicação da pobreza. Se os programas não tocam no resto da sociedade, tentam resolver a pobreza dentro do universo da pobreza, mas não estão a resolver as causas.
Como vê as medidas tomadas pelo actual Governo?
Há uma medida que pode reduzir a pobreza em cerca de um terço: levar o Complemento Solidário para Idosos até ao limiar de pobreza, por adulto equivalente.
O estudo abrange o melhor período do então Rendimento Mínimo Garantido [RMG], que pelos vistos não ajudou muito.
O RMG nunca foi para resolver o problema da pobreza; a grande maioria dos pobres nem sequer tinha acesso ao RMG: eram cinco por cento, os pobres eram 20 por cento. São tão poucos os pobres que beneficiam do [actual] Rendimento Social de Inserção que nunca se resolveria o problema da pobreza. O RMG tinha dois objectivos: atenuar a pobreza dos pobres ou o seu grau de carência; e ir ao encontro dos problemas subjacentes à família: formação profissional, integração das crianças na escola. Mas o impacto global sobre a pobreza não podia ser expressivo.
Isso confirma que o problema não se resolve só com políticas sociais.
Por definição: se tenho um problema de repartição primária (o dos salários), ele resolve-se por via da política económica.
Há uma afirmação dura: “A sociedade portuguesa não está preparada para apoiar as medidas necessárias” no combate à pobreza...
Isso porque num inquérito europeu de 2002 dois terços dos portugueses atribui a pobreza a factores que não são solúveis: fatalismo, má sorte, preguiça dos pobres. Se eu disser que vou tomar uma medida que terá alguma desvantagem para os que têm mais rendimentos, a sociedade portuguesa não vai perceber isto. Um dos programas de luta contra a pobreza tem que ser o de esclarecer a opinião pública sobre as verdadeiras causas da pobreza.
Está também disseminada a ideia de que há muitos pobres que abusam...
É uma atitude culpabilizante. Na transição do Rendimento Mínimo Garantido para o Rendimento Social de Inserção, no debate público que houve parecia que as pessoas estavam mais interessadas em combater a fraude dos pobres do que em resolver o problema da pobreza. Isto é expressivo de uma mentalidade.

Por António Marujo
do jornal Público de 23.05.2008
Foto daqui

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pobreza e Exclusão Social, por Mário Soares

Mário Soares
2010-Ano EuropeuNão tive ocasião, como tanto gostaria, de assistir, há dias, ao lançamento do livro colectivo do Prof. Alfredo Bruto da Costa (coordenador), que tanto admiro e estimo, e dos co-autores: Isabel Baptista, antropóloga, Pedro Perista e Paula Carrilho, sociólogos. É um Livro editado pela conceituada editora Gradiva, "Um olhar sobre a pobreza", que tem como sub-título: "Vulnerabilidade e Exclusão Social, no Portugal Contemporâneo".
Trata-se de um Livro de grande rigor e seriedade científica que se ocupa de uma temática complexa e extremamente actual, que não afecta só Portugal. É um problema que pela sua dimensão e importância entrou, na ordem do dia, com os Objectivos do Milénio (muito bem intencionados mas que, até agora, ficaram no papel), no início do século, ainda no tempo de Kofi Annan, e que constitui uma tragédia global em África, em alguns países da Ásia, da América Latina - onde as populações convivem com vagas endémicas de fome, há séculos - e que se está a intensificar, dada a crise financeira, económica e alimentar dos nossos dias, e a afectar fortemente vários países europeus, entre os quais, infelizmente, Portugal.
Preciso que se trata de um trabalho científico, mas de leitura muito acessível e sem ponta de demagogia. Os autores têm em conta trabalhos pioneiros anteriores, como o de Manuela Silva, de 1982, "Crescimento Económico e Pobreza em Portugal (1950-1974)". E, obviamente, outros mais recentes e os dados estatísticos conhecidos, até 2005.
A primeira parte do Livro, ocupa-se da "pobreza e exclusão social: problemáticas, conceitos, reflexões". Diga-se que pobreza e exclusão social, embora complementares, não se confundem. A pobreza é - para os autores - uma "situação existencial, para a qual concorrem não só as necessidades materiais (carências graves) como elementos de ordem psicológica, social, cultural e espiritual". Aliás, como se escreve no Livro, o grande economista (e prémio Nobel, creio), Amartya Sen, associa a pobreza à falta de liberdade, conferindo ao conceito liberdade, como Direito Humano, uma dimensão económica e social.
Paul Spicher, outro autor citado no Livro, fala dos diversos significados de pobreza, que agrupa em três categorias: "a necessidade material; as circunstâncias económicas; e as relações sociais". A pobreza, assim, implica dependência, em virtude da falta de recursos materiais, que gera a privação de bens essenciais à vida. Daí que a pobreza seja entendida como um atentado a um Direito Humano fundamental, a vida. Mas não se trata só da privação de alimentos ou de água potável, que também escasseia - bens essenciais - porque há outras necessidades igualmente básicas para a sobrevivência, como a habitação, o abrigo contra o frio, o tratamento em caso de doença, etc.
No nº 2 da I Parte do Livro há ainda um sub-capítulo, intitulado: "O conceito de exclusão social e a sua relação com a pobreza". Trata-se de um conceito recente. A exclusão social foi um tema mais trabalhado por analistas franceses enquanto que a pobreza tem preocupado mais os anglo-saxónicos. Mas nos dois casos trata-se sobretudo de uma questão de ênfase, como dizem os autores. Há obviamente uma complementaridade entre os dois. A pobreza representa sempre uma forma de exclusão social, ou seja - sublinham os autores - "não há pobreza sem exclusão social. Mas o contrário não é verdadeiro, porque existem formas de exclusão social que não implicam pobreza". Exemplo: os idosos. Mas há outros: as discriminações que ainda sofrem as minorias sociais. Aqui entra outro conceito: o das desigualdades sociais de que sofrem certas pessoas, pela maneira como se relacionam com o sistema social a que pertencem (mercado de trabalho, sistema educativo, serviços de saúde, integração nas famílias, e redes sociais com que se relacionam). E com tudo isto jogam a equidade e a justiça.
A II Parte do Livro trata da "pobreza e exclusão social em Portugal: velhas questões novos contributos". Passa-se dos conceitos gerais para o caso específico português. Parte-se de inquéritos e dados estatísticos seguros para uma comparação com o que ocorre nos países europeus.
Não posso, evidentemente, entrar em detalhes, dada a riqueza de elementos de informação que resultam do Livro. Houve, obviamente, grandes progressos no desenvolvimento de Portugal desde a Revolução dos Cravos (1974) e, sobretudo, depois da nossa adesão à então CEE (Janeiro de 1986). Mas a riqueza criada foi distribuída muito desigualmente. Somos hoje um dos países com maiores desigualdades sociais da União Europeia. O que para quem sempre sonhou com um Portugal livre, democrático, pluralista e mais justo representa uma imensa e intolerável desilusão.
As mulheres são mais sujeitas à pobreza do que os homens, a ruralidade mais pobre do que as cidades médias, estas, com populações, em média mais ricas do que as grandes cidades, onde existem muitos excluídos. A concentração da riqueza faz-se, cada vez mais, nas mãos de menos pessoas. E a pobreza em geral alastra e começa a atingir as classes chamadas médias.
Como é que um tal fenómeno, tão triste e desagradável, se vai resolver? E em que tempo será possível fazê-lo? São questões pertinentes e complexas, naturalmente. A crise global agravou a situação, como se tem visto. Assim não podemos continuar. Não nos podemos resignar. Há que mudar. Precisamos de um modelo de desenvolvimento diferente, com maior dimensão social e ambiental. Para poder mudar as políticas em geral. Tenho esperança que a globalização venha a ser regulamentada. Se não, o Ocidente entrará em inevitável decadência. Esta é uma questão de que nos devemos tornar conscientes. A pobreza e as desigualdades sociais não são fatalidades. Os países e as regiões mudam. Mas não será com sucessivas Conferências do G8, como a que decorre em Tóquio, espelho de impotência e incapacidade, que as crises se poderão resolver. Sobre isso, o Livro fala com bom senso, pertinência e rigor nas últimas dez páginas, intituladas: "Considerações Finais - O paradoxo da pobreza na sociedade portuguesa". Aconselho vivamente a sua leitura.
Lisboa, 8 de Julho de 2008
Retrato de Júlio Pomar

Coro da U.S. - A VOZ DA PÓVOA


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

João Costa


Foi cantar as Janeiras… O Coro da USPV

HPIM1808
No dia 9 de Janeiro, apesar de já ter passado a quadra natalícia, o Coro da Universidade Sénior da Póvoa de Varzim, projecto do Rotary Club da Póvoa de Varzim, por iniciativa do grupo, foi “cantar as Janeiras” em lares de idosos de algumas instituições de solidariedade social, para os seus utentes da 3ª e 4ª idade.
boasfestas_partitura
E assim aconteceu, concretamente e por ordem, na Santa Casa da Misericórdia, no de Centro Social e Paroquial de Aver-o-Mar e no Centro Social e Paroquial de Terroso.
HPIM1793
Sob a batuta do Maestro Abel Carriço e professor de Música na USPV (voluntário), espalhou-se a música, a alegria, a companhia e o não-esquecimento, por dezenas de pessoas, que mesmo acompanhadas, vivem ainda, mas cada vez mais sós. E levaram ainda gulodices, pagas do seu bolso, que deixaram para adoçar uns minutos da vida de cada um… e uma mensagem.
HPIM1815
HPIM1797
Santa Casa da MisericórdiaHPIM1782_A
HPIM1783
HPIM1786
HPIM1788 Centro Social e Paroquial de Aver-o-Mar
HPIM1789_A
HPIM1790
HPIM1791
HPIM1799 Centro Social e Paroquial de Terroso
HPIM1804_AHPIM1800HPIM1806 Aqui fica o registo, os parabéns e o reconhecimento de quem também “dá de si antes de pensar em si”.

domingo, 10 de janeiro de 2010

A propósito da Aproximação de Culturas

 memory of the future Um projecto da associação «Mémoire de l’Avenir»
Recurso artístico e cultural de um mundo sem fronteiras
França / Alemanha / Israel - Palestina/ EUA

____________________________________________________________________

OS SÍMBOLOS COMO LINGUAGEM UNIVERSAL

Os símbolos são imagens vivas, enraizadas num longo processo histórico.
Os símbolos, a vida imaginária e o inconsciente estão ligados, ao mesmo tempo consciência da matéria e do desconhecido, do limite e do infinito.
O símbolo é a fonte e a origem das criações artísticas e a chave para as compreender.
A expressão simbólica pode assumir muitas formas, ela varia segundo:
- os lugares e as épocas,
- a cultura,
- a escolha do artista, segundo a sua intuição e os seus pensamentos.
Encontramos os mesmos símbolos utilizados ao longo da história das culturas, apenas a expressão é diferente, raramente o significado e as interpretações.
Na nossa linguagem, nos nossos gestos e nos nossos sonhos, utilizamos os símbolos intuitivamente.
Os símbolos existem dentro de nós e exprimem-se em todas as áreas da vida.

No nosso trabalho, o uso de símbolos é essencialmente intuitivo e humano. A imagem desenhada, gráfica ou gravada é uma das primeiras tentativas de comunicação: documental ou estética.
A linguagem dos símbolos nem sempre é homogénea, mas podemos sempre fazer aproximações e encontrar semelhanças.
Apesar de uma interpretação individual e singular que torna o símbolo único e colectivo.
O símbolo é uma fonte de informação útil para a compreensão de uma cultura ou indivíduo.

Através da prática artística em volta dos símbolos, podemos ilustrar um esquema geral de comunicação que transcende todas as diferenças.
Isto permite-nos compreender que todos somos diferentes, porque somos indivíduos únicos com capacidades para produzir novas mensagens e nós somos todos semelhantes como seres humanos.
Nos museus estamos expostos a uma multiplicidade de expressões artísticas, de origens e de épocas diferentes, de indivíduos diferentes, e de tradições "opostas" (cultura cristã, muçulmana, budista ou judeu...).

Através da arte manifesta-se uma universalidade do espírito humano, incluindo a diversidade e a especificidade de cada um. Esta capacidade de comunicação criativa cria uma correspondência entre todas as culturas e todos os indivíduos.
O símbolo não está apenas na imagem figurativa, mas também na imagem abstracta; nas formas, nas cores e nos materiais escolhidos: terra, madeira, pedra, plástico, metal, etc... como no meio expressão escolhido.
Símbolos têm origens múltiplas.
O observador vai seguir a sua própria intuição:
A percepção do símbolo requer uma participação subjectiva e uma experiência sensível. Os símbolos são sugestivos e cada um de nós vê o que as suas capacidades lhe permitem compreender.
Os símbolos são universais, porque são virtualmente acessíveis a todos, sem passar pelas palavras ou pela leitura (as letras e os números são símbolos só por si). Com os símbolos, é mais fácil apropriar-se o conhecimento das diferentes épocas, e tornámo-nos independentes face a uma mensagem imaginária.
O uso de símbolos permite a espontaneidade ao nível da comunicação, o desenvolvimento da imaginação criativa e do sentido do invisível.
Traduzido daqui
Imagem daqui

Vectores de Acção da Fundação Rotária Portuguesa – FRP



·         Missão da FRP (dos estatutos)

Artigo 1º
1.       A Fundação Rotária Portuguesa é uma pessoa colectiva particular de utilidade pública e de solidariedade social, instituída com carácter perpétuo pelos Rotários Portugueses, em cumprimento das resoluções unânimes dos Clubes Rotários tomadas nas X e XI Conferências do então Distrito Rotário 65.
2.       A FRP rege-se pelas disposições dos presentes Estatutos, complementados pelos Regulamentos Internos e demais legislação aplicável.
Artigo 2º
1.   A FRP tem por fim a concretização do Ideal de Servir, que constitui a base do Movimento Rotário, pelo que na sua vida se comprometem os membros dos Clubes Rotários sediados em Portugal.
2.   A acção a desenvolver pela FRP abarcará, em geral, actividades de serviço em benefício das populações residentes em Portugal, principalmente nos campos educativo, cientifico, cultural, humanitário e social, através da concessão de auxílios e incentivos, tais como subsídios, bolsas e prémios, sem prejuízo de outras iniciativas que o seu Conselho de Administração delibere.
3.   A FRP prestará, ainda serviços de apoio ao Movimento Rotário Português.
Artigo 3º
1.   A FRP tem sede na cidade de Coimbra.
2.   Mediante deliberação da Assembleia de Clubes e sob proposta do Conselho de Administração e ouvido o Conselho Superior, a FRP poderá criar Delegações em qualquer parte do território português

·    Bolsas de Estudo

Bolsas da FRP
Bolsas de Estudo a jovens com dificuldades financeiras, quer do Ensino Secundário (500,00 €), quer do Ensino Superior (750,00 €).
Bolsas Patrocinadas
De donativos à FRP por Empresas, Instituições ou Pessoas Singulares, iguais às Bolsas da FRP.
Bolsas para Estudantes Deficientes
De um protocolo com a Fundação Calouste Gulbenkian, apoia jovens portadores de deficiência com manifestas dificuldades (1.250,00 €).
Bolsas Reembolsáveis
Para estudantes do Ensino Superior ao Básico, que se comprometem a reembolsar a FRP quando integrados na vida activa e possuam rendimentos que o possibilitem.
Bolsas PEDRO ECOFFET
A família de Pedro Ecoffet Taborda, que foi vítima de acidente de viação quando frequentava a Faculdade de Medicina de Paris, instituiu esta bolsa (1.000,00 €) para ajudar outros a prosseguir a finalidade que ele pretendia.
Bolsas de Estudo PAUL HARRIS
NO valor de 5.000 € cada, estas bolsas têm por objectivo proporcionar formação de doutoramento ou pós-doutoramento na área das Ciências da Saúde, uma atribuída a um candidato do Distrito 1960 e outra, a um candidato do Distrito 1970.

·    Prémios de Mérito

Prémio Escolar dos Fundadores
Em número anual de dez e com o nome de cada um dos Fundadores estes são sorteados entre os Clubes Rotários dos dois Distritos, 1960 e 1970, os quais indicarão livremente os seus beneficiários.
Prémios Teixeira Lopes e Casal Melick
Atribuídos aos melhores bolseiros da FRP, respectivamente, do Distrito 1960 e do Distrito 1970.
Prémios Consignados pelos Clubes
Do protocolo entre o Clube Rotário e a FRP. Os meios financeiros são assegurados pelo Clube e pela FRP, esta através da remuneração do capital existente em Fundos Consignados do Clube.
Praimec – Prémio Rotário de Apoio à Investigação ao Mérito e à Cultura
Prémio atribuído a uma área socioprofissional diferente, é aberto ocasionalmente, por concurso próprio, destinando-se a galardoar o melhor trabalho científico e cultural e simultaneamente a homenagear como seu patrono, uma personalidade da mesma área.
Prémio Nacional de Pintura – Jovens Artistas
É atribuído anualmente em concurso realizado a nível nacional, premiando os três melhores trabalhos de jovens pintores com idade inferior a 30 anos, que versem o lema rotário do ano em curso.
Prémio Nacional de Jovens Pianistas
É atribuído anualmente em concurso realizado a nível nacional, premiando os dois melhores executantes de jovens pianistas com idade inferior a 18 anos.
Concurso de Canto Lírico
Com o objectivo de incentivar o aperfeiçoamento artístico de jovens cantores portugueses, para quem a necessidade de cruzamento de experiências artísticas com diversos colegas e professores, conduz, em determinados momentos do seu percurso, à frequência de estágios de formação, mais ou menos prolongados, no país ou no estrangeiro.
Prémio Internacional de Poesia ou Prosa
Para promover, divulgar e apoiar o intercâmbio cultural entre os povos dos Países de Língua Oficial, o prémio, destina-se a todos os cidadãos de todos os Estados integrantes da CPLP, entre os 18 e os 30 anos e tem tema livre e para galardoar os três melhores trabalhos originais de Poesia ou Prosa.

·    Cadeiras de Rodas

Os clubes rotários podem apresentar candidaturas para a obtenção de cadeiras de rodas juntamente com uma proposta de comparticipação na sua aquisição.
As cadeiras serão geridas pelo clube, a favor da sua comunidade e em regime de comodato.

·    Saúde Brincando

Visa proporcionar momentos de alegria a crianças e jovens internados em hospitais.
Cada clube rotário articula com um hospital da sua comunidade a realização de um espectáculo mensal, com palhaços, músicos, ilusionistas, sendo aconselhável a entrega de brinquedos. O clube ou clubes promotores colaboram na obtenção dos fundos necessários ao financiamento do programa.

·    Apoio aos Jovens

Todo o clube que promova iniciativas de apoio aos jovens, na área educativa, profissional, ou cultural, desde que contribua para a sua formação e afirmação cívica e social deve apresentar o programa à FRP para que se encontrem esquemas de colaboração.

·    Apoio a Projectos dos Clubes

Usando a estrutura organizativa, jurídica e fiscal da FRP, apoia as realizações dinamizadas pelos clubes nas suas comunidades.
A FRP está disponível para celebrar protocolos com qualquer clube rotário que se proponha promover, no âmbito do seu programa anual de actividades, acções com interesse relevante.