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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Como o CLE (Concentrated Language Encounter) começou

No processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do sentido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, re-inventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas”Paulo Freire
O Programa CLE (Concentrated Language Encounter) é um método de alfabetização que foi criado na Austrália há mais de 30 anos, mas actualmente é internacionalmente aceite.
Richard Walker, educador e rotário, e Brian Gray, pesquisador da Brisbane College of Advanced Education, desenvolveram a metodologia com o propósito de educar aborígenes australianos, cujos diversos idiomas e cultura singular apresentavam desafios de alfabetização quase intransponíveis. No começo da década de 80, o CLE foi implementado na escola Alice Springs com resultados surpreendentes.
Educadores de áreas rurais da Tailândia enfrentavam problemas similares, o que levou Walker a trabalhar com eles para desenvolver um CLE específico para o país.
Inicialmente o projecto era pequeno, concentrando-se em escolas do Ensino Básico na província de Surin, mas com o tempo espalhou-se às províncias vizinhas. Em 1987, a Rotary Foundation aprovou um subsídio 3-H para um projecto de cinco anos, que acabou por levar à adopção do CLE por todas as escolas públicas do país.
O projecto desenvolvido na Tailândia serviu de modelo a programas em larga escala e ajudou a estruturar as directrizes para o treino dos professores. O método é actualmente conhecido como Projecto de Alfabetização Iluminar (Lighthouse), com os centros existentes provendo apoio a novas localidades, o que permite que o CLE se expanda rapidamente.
Desde os anos 90, os rotários introduziram o CLE em inúmeras regiões, inclusive no Laos, no Nepal e no Bangladesh.
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Entrevista com Richard Walker, Past-Governador do Distrito 9630, Austrália, conhecido como o pai do Programa CLE (Concentrated Language Encounter).
Antes de se dedicar à educação de professores, Richard foi ele próprio professor do Ensino Básico e Secundário e Director de escola. Em 1992, recebeu um PhD honorário do rei da Tailândia, em reconhecimento pela sua extraordinária contribuição à educação naquele país, através do método CLE. Bob Aitken, chefe de redacção da revista Rotary Down Under, entrevistou Richard para o Global Outlook.
Que tipo de abordagem usa em relação à alfabetização?
Ajudar alguém a ler e escrever é mais parecido com o ensinar a nadar do que o ensinar matemática ou geografia - o objectivo é desenvolver habilidades que serão de grande utilidade durante a vida do aluno.
Como é que o CLE e o Rotary se tornaram parceiros?
Em 1984, atendi a um pedido para desenvolver cursos de alfabetização para a Srinakharinwirot University na Tailândia, e quando me aposentei em 1985, visitei o país para tentar desenvolver um trabalho em maior escala, primeiro em inglês e depois em tailandês. Em 1986, envolvi-me com um projecto de Subsídio Equivalente e a conexão entre o Rotary e o CLE estava formada. Em 1997-98, o ex-presidente do RI Glen Kinross solicitou que os clubes utilizassem a metodologia CLE em outros países.
O que é que todos os rotários deveriam saber sobre o programa CLE?
O programa de alfabetização CLE é actualmente implementado em várias regiões do mundo e alguns países adoptaram-no a nível nacional. Os rotários devem também saber que o Rotary tem contribuído enormemente para a redução do analfabetismo a nível mundial.

1 comentário:

Fasila61 disse...

Queridos companheiros do Rotary Club da Póvoa do Varzim,

O Rotary Club de Bissau está muito interessado na implementaçao de um projecto de aplicação do método CLE aqui na Guiné-Bissau.Vamos pesquisar mais sobre o metodo e contamos com o vosso apoio.
Saudações rotárias ,
Fátima
PP
Rotary Club Bissau
Guiné-Bissau
D9100