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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Abril – Mês da Revista - Teoria da Propaganda

Análise dos meios de comunicação de massa de Noam Chomsky e Edward S. Herman
Edwars Herman                   Noam Chomsky
Noam Chomsky e Edward S. Herman buscam explicar que um viés sistémico dos meios de comunicação se deve a causas económicas e não a uma conspiração criada por algumas pessoas contra a sociedade.
Um viés sistémico pode ser definido como inclinação ou tendência de uma pessoa (ou de um grupo de pessoas) que impede julgamentos e políticas imparciais e justas para a sociedade entendida como um todo.
Em resumo, o modelo de Chomsky e Herman mostra que um viés sistémico contra a sociedade ocorre em decorrência de cinco filtros que as notícias precisam ultrapassar para poderem ser publicadas.
Filtros
Estes filtros combinados, distorcem sistematicamente a cobertura das notícias por todos os meios de comunicação social.
1.      O primeiro filtro é a propriedade dos meios de comunicação. Ele decorre do facto da maioria dos principais meios de comunicação pertencerem a grandes empresas, especialmente a empresas de capital aberto (isto é, "corporations"). Veja o verbete corporocracia.
1.      O segundo filtro é o do financiamento. Os principais meios de comunicação obtêm a maior parte da sua receita não dos seus leitores, mas sim da publicidade que vendem às grandes empresas e às pessoas responsáveis por órgãos do governo. Os meios de comunicação são, na verdade, empresas orientadas para o lucro, que obtêm com a venda do seu produto (os leitores e o seu interesse na leitura dos seus artigos) para outras empresas (os anunciantes)! Em decorrência deste acto, o modelo de Chomsky prevê que se deve esperar a publicação apenas de notícias que reflictam os desejos, as expectativas e os valores das empresas anunciantes e não dos leitores.
1.      O terceiro filtro é o facto de que os meios de comunicação dependem fortemente das grandes empresas e das instituições governamentais, como a própria fonte das informações usadas, para criar a maior parte das notícias. Isto também cria um viés sistémico contra a sociedade.
1.      O quarto filtro é a crítica realizada por vários grupos de pressão que procuram as empresas dos meios de comunicação para os pressionar, caso eles saiam de uma linha editorial que esses grupos acham a mais correcta (isto é, mais de acordo com os seus interesses, do que de toda a sociedade).
1.      As normas da profissão jornalista, o quinto filtro, referem-se aos conceitos comuns divididos por aqueles que estão na profissão do jornalismo.
O modelo de Chomsky e Hermann descreve como os meios de comunicação formam um sistema de propaganda descentralizado não conspiratório que, no entanto, é extremamente poderoso. Esse sistema cria um consenso entre a elite da sociedade sobre os assuntos de interesse público, estruturando um debate que possui aparência de consentimento democrático, mas que na verdade atende apenas os interesses dessa elite.
No entanto, isso é feito a expensas da sociedade como um todo que, naturalmente, se compõe de mais pessoas que aquelas que compõem a sua elite. Uma conspiração, nos Estados Unidos, é um acordo entre duas ou mais pessoas para cometer um crime ou realizar uma acção ilegal contra a sociedade. Para os autores o sistema de propaganda não é conspiratório porque as pessoas que dele fazem parte do sistema não se juntam expressamente com o objectivo de lesar a sociedade, mas é isso mesmo que acabam por fazer em função dos viéses descritos.
Teste da Teoria
Chomsky e Herman testaram o seu modelo empiricamente tomando "exemplos pareados", isto é, pares de eventos que são objectivamente muito semelhantes entre si, excepto que um deles se alinha aos interesses da elite económica dominante, que se consubstanciam no interesse das grandes empresas, e o outro não se alinha.
Eles citam alguns de tais exemplos para mostrar que nos casos em que um " inimigo oficial" da elite realiza "algo" (tal como o assassinato de um líder religioso), a imprensa investiga intensivamente e devota uma grande quantidade de tempo à cobertura dessa matéria.
Mas quando é o governo da elite ou o governo de um país aliado que faz a mesma coisa (assassinato do religioso ou coisa ainda pior) a imprensa minimiza a cobertura da história.
Imagens de Chomsky e de Herman daqui

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