Clubes enaltecem decisão e apostam no novo projecto da fundação
A reunião mensal do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) decorreu, no fim-de-semana, na sede do RC Guimarães. O encontro revestiu-se de excepcional interesse por parte dos clubes rotários do Distrito 1970, uma vez que foi a primeira reunião descentralizada daquele órgão da FRP e para o qual foram convidados os presidentes e representantes de 35 clubes rotários.
Um dos objectivos da reunião, reflectia o desejo da FRP estar cada vez mais próximo dos clubes rotários e dos rotários, foi amplamente atingido pois estiveram presentes cerca de 30 clubes que fizeram sentir os seus anseios e vontades. Mas, também deixaram sugestões e pistas para que os objectivos enumerados no novo modelo estratégico aprovado na Assembleia de Representantes realizada em Outubro, em Fátima, possam ser concretizados. Aliás, este foi, juntamente com a apresentação de novas estratégias para angariação de fundos a favor da FRP, o ponto principal de debate.
Frederico Nascimento, presidente do CA da Fundação, orientou os trabalhos do encontro e lembrou o que se pretende com o novo modelo estratégico. Um instrumento que «vá ao encontro das necessidades e dos interesses dos clubes. Mas é importante saber o que é que os clubes esperam da FRP».
Na sequência desse pressuposto, Soares Carneiro (administrador da FRP), apresentou as linhas orientadoras do novo modelo, que propõe uma «Fundação que quer passar a ser um instrumento da acção dos clubes rotários portugueses na medida em que os clubes lhe proponham projectos, que a FRP apoiará na medida dos seus capitais e deixará de ter bolsas próprias e projectos próprios estará apenas ao serviço dos clubes. É claro que isto irá obrigar os clubes a terem uma posição pró-activa».
Mas, lançou também para debate algumas questões pertinentes que surgem da ampla reflexão que o CA fez sobre os 50 anos de actividade da instituição e que partilhou com a plateia: O que é que foi a Fundação? Qual é o papel da Fundação no movimento rotário? Qual é a ligação que a FRP tem com os clubes rotários? E a terminar deixou à plateia a questão que julga ser a mais pertinente «a pergunta que se coloca passados 50 anos é: se a FRP deverá continuar a esgotar todos os seus recursos nessa acção apenas na área da Educação ou pelo contrário poderá aproximar-se mais das aspirações dos clubes podendo apoiá-los na Educação mas também noutras áreas de acção que os clubes têm quotidianamente».
O debate foi vivo e contou, entre outras, com intervenções de Miguel Loureiro, RC Póvoa do Varzim, Américo Simões, RC Guimarães, José Meireles de Barros, RC S. Mamede de Infesta, José Silveira, RC Amarante, Manuel Pereira, RC Vizela, Carlos Faria, RC Ermesinde, Carlos Teixeira, RC Viana do Castelo, Santos Bento, RC Senhora da Hora e José Pereira Herdeiro, RC Matosinhos, que apresentaram o sentir dos respectivos clubes, em áreas da educação (bolsas de pós-graduação) projectos que os clubes implementam e outros que podem vir a acarinhar, a forma como a FRP passará a apoiar os projectos dos clubes.
Tema amplamente esclarecido pelos administradores presentes que abordaram questões na área de atribuição de bolsas de estudo, assiduidade dos clubes nas Assembleias de Representantes, e financeira. Neste caso esteve em evidência a estratégia de angariação de fundos para a FRP que passa, nomeadamente, por incentivar os companheiros nos clubes (mas também amigos e conhecidos) a fazerem uso de um instrumento que está consagrado na Lei e que dá a possibilidade aos contribuintes em sede de IRS a poderem indicar 0,5 % do rendimento colectável a uma IPSS. Neste caso sugere-se preencher o quadro 9 do anexo H do IRS com os elementos relativos a: Denominação - “Fundação Rotária Portuguesa” e na coluna NIPC o número “501129081”. As receitas provenientes deste “gesto” rondam nos três últimos anos cerca de 45 mil euros. Nestes esclarecimentos foram intervenientes os administradores Horácio Brito, Nogueira Santos, Soares Carneiro e Diamantino Gomes.
Tema transversal ao encontro foi o das Universidades Seniores de Rotary. Vários clubes partilharam a sua experiência e questionaram como a FRP poderá apoiar de forma efectiva estes projectos. Sobre o assunto, Frederico Nascimento, disse ser tema com matéria suficiente para suscitar uma reunião própria. Mas, adiantou, que com o novo modelo de acção a ser implementado os projectos na área das Universidades Seniores de Rotary poderão obter subsídio efectivo da Fundação. No entanto, frisou, ter de ser analisada e reflectida a forma como esse apoio chegará aos clubes.
A recente tragédia que assolou o Haiti também foi tema de reflexão. A questão levantada por Carlos Teixeira do RC Viana do Castelo propõe a realização de uma campanha de solidariedade liderada pela FRP e que permita a angariação de fundos ou géneros que posteriormente sejam enviados para o povo haitiano. Ficou, por parte do CA da FRP o compromisso de com o envolvimento das Governadorias e o apoio dos clubes rotários se estruture a estratégia que permita realizar uma campanha de solidariedade a favor do Haiti.
O encontro concluiu com o regozijo de Frederico Nascimento que sustentou: «Fundação dará particular atenção aos projectos dos clubes que se enquadrem nas ênfases presidenciais. Temos aqui um campo vasto de actuação desde o educacional ao humanitário. Porque estes projectos das ênfases presidenciais são fundamentais para melhorar o Mundo. A nossa comunidade local. Se actuarmos aí estamos certamente a actuar bem».
O que eles disseram...
Todas as descentralizações, sejam em que áreas forem, são bem-vindas.
Sobre o novo modelo estratégico de apoio aos clubes, vai ser necessário, uma vez que a nova estrutura de funcionamento da Rotary Foundation vai implicar alterações a nível de Distrito, que vão impedir que grande parte dos clubes possam participar em projectos, pelo que os clubes terão de se virar para a FRP se quiserem fazer alguma coisa.
Miguel Loureiro
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