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terça-feira, 27 de julho de 2010

O que têm para oferecer(?), ou o que podem receber(!) as Universidades no Verão

A diversidade de cursos e programas é grande.
O único dilema pode ser a escolha.
Grupo de alunos da 'Summer School Lisbon' do ISCTE de 2010.
Acompanhar uma visita guiada de um neurocientista aos meandros do cérebro humano ou seguir viagem por alguns locais emblemáticos da obra de Eça de Queiroz na companhia da ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima? Ao contrário do que se possa pensar, as universidades não fecham no Verão e o único dilema que surge está na escolha entre tanta e tão variada oferta.
O roteiro do percurso literário de Eça teve lugar em Julho e está incluído no projecto da Universidade de Verão 2010 da Universidade do Porto, uma proposta mais dirigida a estudantes licenciados. Este tipo de oferta tende a ser, no entanto, aberta a todo o público, como se pode ver com projectos como a Universidade Júnior, que pretende mostrar a vida universitária a alunos do 5º ao 12º ano, ou mesmo várias outras exposições, abertas ao público geral.
É esse o caso também da Universidade de Lisboa e a sua Universidade de Verão, programa de cursos "aberto a todos aqueles que queiram obter conhecimento nas áreas da oferta dos cursos, de forma independente da sua formação prévia, desde os jovens até profissionais que procuram formação complementar ou aprofundamento de conhecimento em áreas precisas ou pessoas que completaram há muito a sua formação", explica Hermenegildo Fernandes, subdirector da Faculdade de Letras, cujos cursos de Verão para estrangeiros vão na 75ª edição.
Envolvimento dos alunos é crucial
Uma opinião recorrente dos principais responsáveis das universidades é a de que a maioria destes projectos não seria possível sem a participação activa dos seus alunos. De 11 a 23 de Julho, a Universidade de Aveiro (UA) realizou a 5ª edição da Academia de Verão, durante a qual cerca de duas centenas de jovens tiveram acesso a uma primeira experiência de vida universitária. "Foram já 130 os estudantes da universidade, com formação específica em animação juvenil, que contribuíram para a dinamização dos vários grupos de participantes que vêm integrando a Academia de Verão", explica Margarida Almeida, coordenadora dos serviços de comunicação, imagem e relações públicas da UA.
Também a Lusíada destaca a participação dos seus estudantes como uma "constante". "No que diz respeito aos cursos de Verão também é costume a colaboração com actuais e antigos alunos que vêm dar o seu testemunho aos alunos do secundário", afirma Cristina de Meirelles Moita, porta-voz desta universidade, que apresenta uma oferta que vai desde workshops e exposições até aos Cursos de Verão Lusíada Jovem, que já vão na sua quarta edição.
O envolvimento dos alunos também se sente na participação em projectos de voluntariado, desde campanhas por diversas causas à assistência directa aos projectos de Verão das universidades, como os estágios de Verão de apoio à Summer School Lisbon, do ISCTE. Este projecto tem atraído estudantes de países tão diversos como EUA, China, França, Geórgia ou Croácia. Simultaneamente, vários alunos portugueses têm tido a possibilidade de participar em universidades de Verão em locais como Praga, Lima, Seul ou Banguecoque. "O apoio e a sensibilidade cultural dos voluntários da ISCTE Business School têm sido inestimáveis para os colegas internacionais", defende Diana Malyszek Oliveira, executive coordinator do International Exchange Programmes in Management desta escola. "Ao mesmo tempo, os próprios alunos ganham mais experiência e maturidade, o que lhes permite entrar no mercado de trabalho com uma clara vantagem".
Este apoio aos alunos que vêm de outros países para Portugal sente-se também na criação de cursos de Português para estrangeiros, uma constante nas ofertas de Verão de muitas universidades.
Adesão em massa gera rendimentos
Muitos destes cursos de Verão são pagos, o que levanta a questão sobre se não poderão constituir como uma boa fonte de rendimento para as universidades. Se nos seguirmos pelos números apresentados pelas escolas, como a Universidade de Aveiro, que viu passar cerca de 1.400 participantes pela sua Academia de Verão desde 2006, essa realidade é inegável.
Outro bom exemplo é o da Universidade do Porto. "Quer na Universidade Júnior, quer na Universidade de Verão, tem-se registado uma grande adesão de participantes, ao ponto de, no caso da Universidade Júnior, as mais de 5.300 vagas disponíveis para a sexta edição terem ficado preenchidas muito antes do início do programa", revela fonte oficial da UP.
Notícia e foto daqui
Oferta por universidade

U. Porto - A Universidade de Verão da UP destina-se à divulgação e valorização científica e cultural e é dirigida a distintos públicos com formação superior e de diversas idades. A Universidade Júnior (para alunos do 5º ao 12º ano) tem 120 actividades diferentes. A UP tem ainda actividades culturais e desportivas várias e o curso de português para estrangeiros da FLUP.
U. Coimbra - A oferta da UC durante o Verão destina-se a permitir a mais de 400 jovens do ensino secundário descobrir, durante uma semana, como é ser estudante nesta instituição. A UC tem também um curso de português para estrangeiros e vários outros programas de Verão, incluindo cursos, estágios, actividades culturais e workshops destinados a vários públicos.
U. Lisboa - A UL tem vários cursos livres nos meses de férias destinados ao público em geral e até às crianças. Vão desde os programas para estrangeiros da Faculdade de Letras aos dos centros de História, de Estudos Clássicos e Linguística, Direito, ICS, Belas Artes, Farmácia, Educação e Museus da Politécnica, além das actividades do Núcleo de Desporto, Cultura e Bem-Estar.
U. Nova - A Escola de Verão 2010 da UNL é composta por um conjunto diversificado de mais de 90 cursos intensivos e de curta duração, que decorrem em dois períodos: Julho e Setembro. Os cursos são de admissão livre, têm a duração de 18/20 horas lectivas, e dão direito à obtenção de um diploma de frequência ou, no caso de haver avaliação, à obtenção de 1,5 créditos ECTS.
U. Técnica - O IST oferece aos alunos do secundário o Introdução à Ciência e o Programa de Ocupação Científica de Jovens nas Férias. O ISEG tem um ‘Summer Course' em Economia, um de Gestão e o ‘Summer Study Abroad in Lisbon', com a Universidade de Massachusetts. Agronomia oferece o Programa Ciência Viva enquanto Medicina Veterinária tem estágios de Verão.
ISCTE - A ISCTE Business School organiza programas de Verão e oferece estágios associados às actividades da Lisbon Summer School, durante os quais os alunos prestam apoio geral na organização e acompanhamento dos seus colegas estrangeiros. Alunos portugueses também têm a oportunidade de participar em projectos semelhantes fora de Portugal.
Católica - A Católica oferece a Academia Junior com o Lisbon Summer School for the Study of Culture, na FCH, e os Encontros Internacionais de Estudos Políticos & International Summer School. No Porto, tem cursos livres, seminários e workshops destinados a vários públicos sobre temas que vão desde prova de vinhos a primeiros socorros.
U. Algarve  - Organiza actividades científicas de Verão para jovens do secundário, "campus" de férias para crianças dos 7 aos 11 anos, cursos livres, incluindo um de História do Algarve, um curso de português para estrangeiros e um de inglês para bancários. A Universidade de Verão, em parceria com a autarquia de Loulé, destina-se a alunos universitários e pessoas com formação académica.
UBI - Em parceria com a Ciência Viva, a UBI tem as Férias Cientificas, nomeadamente Férias Radioactivas, Tempos de Verão nos Laboratórios de Química, Moda e Têxtil no Verão e Tempos de Verão nas Engenharias. Oferece ainda o Fisica@UBI 2010 e a Escola de Física Médica para alunos do ensino secundário, além de cursos de formação para o público em geral.
U. Aveiro - Oferece programas de ocupação científica para alunos do ensino básico e secundário, através da Academia de Verão, do Programa Ciência Viva (com 89 estágios). Esta universidade tem, este ano, um curso de Verão, promovido pela Aliança das Civilizações das Nações Unidas, além de workshops e cursos práticos ligados sobretudo à Química e ao Design Industrial.
U. Minho - A Universidade do Minho tem, para os alunos do secundário, o Verão no Campus, que vai na segunda edição, para promoção da cultura, ciência e arte e decorre em Braga e Guimarães. Abrange áreas como arquitectura, biologia, química, arqueologia, sociologia, educação, engenharia e letras. Esta instituição oferece ainda um curso de português para estrangeiros.
UAL e Lusíada - A UAL oferece cursos de preparação de candidatos ao ensino superior, nomeadamente "maiores de 23 anos", e de línguas na Autónoma Language School para públicos estrangeiros ou profissionais que pretendem aprofundar idiomas. A Lusíada realiza conferências, exposições, workshops e fins-de-semana de desportos radicais.

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