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sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Figuras da Cor" de Marcel Saint-Pierre, na Biblioteca Municipal

A exposição está patente até 9 de Julho
As pinturas de Saint-Pierre são tanto abstractas como figurativas, reconciliando o fazer e o saber, o acaso e o cálculo. Poderia chamar-se à sua pintura de pintura analítica, pois ela é a prova de um trabalho de análise sobre ela própria, sobre as suas condições materiais. Pois a pintura é sobretudo matéria, mas uma matéria que possui um sentido materialista (não essencialista ou idealista).
A exposição “Figuras da Cor”, partindo da mesma estratégia, reflecte esta nova fase técnica e empreendimento teórico. Os quadros expostos são o traço ou rasto desta matéria pictórica, o pigmento em si próprio. As obras são tecnicamente formadas a partir de uma impressão retrabalhada sobre uma folha de plástico e transferida no final para uma tela, impressão extremamente fina como a nossa própria pele. De facto, estamos no domínio de uma abstracção, mas esta impressão esconde secretamente, e por um outro lado afirma em transparência, as preocupações relativas às questões de ordem social ou evocativas de várias temáticas: música, cinema, etc. Por exemplo, “El Deserto Rosso”, apresentada em 2009 na exposição “Histórias do Cinema”, refere-se ao filme de M. Antonioni. As telas mais recentes adoptam a forma oval de um escudo de defesa relativa aos raios infravermelhos ou ultravioletas. As pinturas de Saint-Pierre contêm sugestões figurativas que não podem existir fora da contaminação das matérias pictóricas. É da articulação de todos estes elementos (matéria e sentido cultural) que surge algo que eu designaria como sendo o sistema significante de Marcel Saint-Pierre”.   
Marcel Saint-Pierre é natural do Canadá e nasceu em 1944. Formou-se em Pintura na Escola de Belas Artes de Montréal. As suas telas foram exibidas em várias exposições colectivas e individuais no Québec, Toronto, Paris, Nimes e Nova Iorque. Fundador da revista literária «La Barre du Jour», tem ainda vários poemas seus publicados. Paralelamente, foi professor de Artes Visuais e de Historia da Arte na Universidade do Québec em Montréal.

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