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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Democracia e as TICs

Existe uma correlação entre Democracia e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)?
Para responder a esta pergunta, faço levanto algumas questões adicionais com as quais espero responder a este desafio, levando em conta um contexto de 20 anos da queda do muro de Berlim, com exemplares Governos democráticos espalhados pelo mundo, mas também com novos e velhos regimes antidemocráticos e anacrónicos que buscam perpetuar-se, num mundo cada vez mais dependente das TIC.
Seguem as questões:
  1. A Democracia pode ser fortalecida pelas TIC? Pode acontecer o inverso?
  2. A internet é democrática?
  3. As TIC podem ajudar a eleger candidatos?
  4. Os telemóveis são ferramentas poderosas neste contexto?
  5. As TIC são uma solução para enfrentar governos autoritários?
Não tenho dúvidas que as TIC, abrangendo a internet, telefones móveis e uma infinidade de softwares gratuitos ou pagos, constituem-se em verdadeiros aliados da democracia e por conseguinte, inimigos dos regimes arbitrários, na medida em que difundem a informação e conhecimento. Por outro lado, não creio que a internet seja totalmente democrática. Como todos sabem o mundo virtual é regido pelo dinheiro como o mundo tradicional. Embora seja muito barato colocar informações na internet, para ser eficientemente encontrado tem que se pagar! Quem paga mais é mais facilmente encontrado! Uma das empresas mais valorizadas do mundo é a Google. Ela ganha muito dinheiro com o famoso “Google adwords”, desta forma, aqueles que querem ser encontrados destinam verbas para serem mostrados nas primeiras páginas de uma determinada busca.
Quando a verba acaba, simplesmente, este “anunciante” some, ou passa a ser mostrado várias paginas para a frente, de forma análoga ao logo do goooooooooooooooooooooooogle (num dos últimos “o”s da lista). Por conseguinte, no caso de eleições, o poder económico pode prevalecer, ajudando a eleger políticos inescrupulosos. Por outro lado, políticos com menos recursos, mas com mais criatividade, podem fazer a diferença numa eleição, como fez o Presidente Obama usando e abusando (no bom sentido) de SMS (que também não são baratos), emails, site, vídeos no Youtube etc.
Desta forma podemos afirmar que a internet é realmente democrática do ponto de vista da liberdade de expressão, mas não muito democrática do ponto de vista económico!
Obviamente, existem alguns países que restringem o conteúdo da internet, através de filtros e outros mais “pragmáticos” através da limitação do acesso dos seus cidadãos a computadores e a provedores da internet! Mas realmente estes últimos constituem-se em excepções. Não obstante, é muito preocupante que os seus métodos possam chegar a alguns dos nossos vizinhos, que já experimentam limitações à liberdade de expressão nas rádios e televisões. Nestes casos, acredito que, enquanto a internet não for censurada, as TICs de um modo geral são uma grande saída para difundir a informação e o protesto.
Por fim, não podemos esquecer que, como ferramenta, as TICs também podem ser usadas para o mal:
·        Instrumentalizando o controlo antidemocrático (como previu George Orwell no seu livro “1984”);
·       Difundindo conteúdo não democrático (como fazem terroristas fundamentalistas, neo-nazis, etc.;
·       Divulgando pornografia ilegal, ou
·       Viabilizando o crime cibernético, entre outros usos nefastos e antidemocráticos.
Ainda assim, podemos contar com as TICs na luta pela democracia!
Sergio Chamone, M.Sc. - Diretor-Presidente da Logical Systems, Sócio do Rotary do Rio de Janeiro.
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