Frederico Nascimento confiante na implementação do novo modelo estratégico
Com o novo modelo estratégico: «os rotários(as) tomaram o futuro da FRP nas "suas mãos"»
A implementação do novo Regulamento de candidatura a projectos de apoio da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) foi o mote da conversa que o "Rotary em Acção" teve com Frederico Nascimento, presidente do Conselho de Administração da fundação rotária, que tem sede em Coimbra. O documento já aprovado em Assembleia de Representantes dos Clubes à FRP constitui um inovador instrumento de trabalho que envolve a fundação e os clubes rotários. Com esta conversa queremos contribuir para um melhor entendimento do Regulamento e do seu alcance. Frederico Nascimento aproveitou a ocasião para falar sobre as reuniões descentralizadas do CA, bem como do novo complexo educativo e sede da FRP.
O novo Regulamento de candidatura a projectos de apoio da FRP é uma das inovações propostas pelo CA e que foi aprovada na última Assembleia de Representantes. Na sua opinião o documento ainda suscita dúvidas aos clubes?
Admito que possam existir algumas dúvidas, nalguns clubes, para as quais o conselho de administração está completamente disponível para as esclarecer.
Contudo o que nos parece é que existe, ainda, algum desconhecimento, por parte dos clubes, do alcance e da natureza desta nova forma de actuar da FRP, no apoio aos projectos dos clubes. E esse desconhecimento pode gerar, naturalmente, algumas dúvidas.
Quer explicar o que realmente muda com a adopção deste novo modelo?
O que muda é o posicionamento da FRP em relação ao apoio aos projectos dos clubes. Isto é, com este novo modelo estratégico a FRP está mais apta a poder apoiar os projectos dos clubes, que se insiram dentro das ênfases presidenciais do Rotary.
Até aqui, a nossa principal acção revia-se nas bolsas de estudo próprias que a FRP concedia a algumas candidaturas que os clubes apresentavam. E digo algumas porquanto, infelizmente, os nossos recursos financeiros não permitiam chegar a todas.
Com o novo modelo estratégico a FRP está em posição de (dentro das limitações financeiras que tem) melhor poder responder aos projectos que os clubes apresentem. Repare-se no seguinte: os clubes, na concretização dos seus projectos, podem contar com a Rotary Foundation, candidatando-se aos fundos desta nossa organização rotária, nomeadamente através dos subsídios equivalentes.
Contudo existe um número elevadíssimo de projectos que, pela sua mais reduzida dimensão, não se enquadram nos parâmetros para apoio da Fundação Rotária do Rotary International (FRRI).
É aqui, neste campo de actuação, muito específico, que a FRP pode intervir no apoio a esse tipo de projectos dos Clubes.
Fica, notório que a FRP e a FRRI, ao invés de serem concorrentes, como infelizmente alguns quiseram fazer crer, aparecem aos olhos de todos como entidades que se complementam. Para bem do Movimento Rotário e das populações que queremos ajudar. A FRP, até pela sua dimensão, meramente nacional, chega àqueles projectos onde a FRRI não pode ou não consegue chegar.
O actual modelo de candidaturas a bolsas de estudo acaba definitivamente?
Depois de concluir o seu ciclo, o que se prevê para dentro de 2 anos, o modelo que vigorava cessa. Isto quer significar que a FRP deixa de prestar ajuda nesta área específica? Não. O que significa é que o modelo de candidatura e de apoio será outro.
As novas candidaturas dos clubes a apoios a bolsas de estudo, passam a ser tratadas como projectos dos clubes, e dentro dessa lógica, as bolsas concedidas até podem ter um valor monetário superior ao que tinham anteriormente.
Fica claro, no entanto, que a análise a esses projectos faz-se de igual modo como se de outro projecto numa outra área específica se tratasse.
Se o projecto for na área do apoio à educação/alfabetização, pode até traduzir-se numa bolsa de estudo. Quero, contudo, sublinhar que os projectos rotários de apoio à educação/alfabetização podem até não passar, necessariamente, pela concessão de bolsas de estudo. E aqui os clubes podem ser mais imaginativos e identificar, nas suas comunidades, outro tipo de apoio a esta área tão importante, como é a educação.
Que leitura faz da posição dos clubes em relação à adopção do novo modelo de candidatura a apoios?
Faço uma leitura muito positiva. Este novo modelo estratégico foi aprovado por uma larguíssima maioria dos Representantes dos Rotários dos Clubes, presentes em Fátima, no passado mês de Outubro. Portanto, fica claro que os clubes apoiaram, desde o primeiro momento, esta nova visão para o futuro da nossa Fundação. E fizeram-no de forma consciente e consistente. 50 anos de história mereciam que houvesse, como houve, uma visão estratégica que garantisse o futuro da FRP, pelo menos para as próximas décadas. Futuro da FRP que se traduza num maior envolvimento no apoio aos projectos dos clubes. E foi essa visão de futuro, que os clubes compreenderam e apoiaram de forma expressiva.
Dito de outra maneira: os rotários(as) tomaram o futuro da FRP nas "suas mãos".
Em Janeiro a FRP realizou a primeira reunião descentralizada do CA em Guimarães. Este tipo de acção é para repetir?
Naturalmente que sim. As coisas quando correm bem e resultam devem ser continuadas.
O CA da FRP tem vindo, ao longo dos anos, a inovar constantemente na sua relação com os clubes e é nesta óptica que deve ser entendida esta iniciativa.
Os conselhos de administração (CA) descentralizados é algo que vinha sendo ponderado há já algum tempo e que foi possível concretizar pela primeira vez, em Janeiro passado. Para o êxito desse conselho pesou, de forma decisiva, o extraordinário apoio concedido pelo Rotary Club de Guimarães.
Ainda este ano contamos realizar um outro CA , numa outra região do País. O que se pretende com estas iniciativas é a de levar os administradores da FRP, em bloco, para mais perto dos clubes; pelo menos uma vez por outra e de poder ouvir os clubes sobre determinado ponto específico, sem ser, naturalmente, nas Assembleias de Representantes.
Ouvimos algumas opiniões alertando para o facto destes CA descentralizados poderem ser interpretados como mini assembleias de representantes. Podiam ser, mas não são. Desde logo porque os Representantes e outros membros dos Clubes convidados não se vão pronunciar com um sentido de voto. O que queremos é que nessas reuniões os rotários(as) se possam aperceber do modo como funciona o CA da FRP e o de podermos ouvir a opinião dos presentes sobre algum ponto específico. É, também, um modo de aferir se o que estamos a fazer está em consonância com o sentir dos rotários(as). "Abrir" as portas do CA aos rotários(as) é uma atitude salutar. E, creio, ajuda a aproximar mais os rotários(as) da sua FRP. Como só se ama o que se conhece, estão está visto porque queremos que os rotários(as) conheçam bem a FRP.
Quer fazer um balanço das acções já realizadas no sentido da concretização do futuro complexo educativo e sede da FRP, em Coimbra.
F.N. – Apenas aspectos burocráticos, relacionados com a cedência definitiva dos terrenos prometidos e deliberados ceder, pela Câmara Municipal de Coimbra, impedem que possamos avançar com mais celeridade, na concretização deste objectivo. Contudo, o objectivo está traçado e ele será concretizado. Se não por este CA, sê-lo-á por um outro que lhe seguirá.
O importante nas organizações é terem planos e visão de futuro. E isso é algo, que posso garantir, a FRP tem.
Texto e foto daqui
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