Pintura de Picasso: “Dança da paz”
Paz em todos os momentos, em todos os lugares, em todos os idiomas: Paz, peace, paix, frieden, salam, shalom, pace, paco, Ping An, pax, shanti, pokój, ukuthula, mir...
Nesses 105 anos, o Rotary tem cultivado a paz e o respeito pelos direitos humanos como elementos indivisíveis e pertencentes a todos. A cultura da paz está intimamente ligada ao desenvolvimento humano, principal razão da existência da nossa organização.
A conexão directa com a paz também é estabelecida com justiça social. Sem paz o desenvolvimento não se pode sustentar e sem desenvolvimento e justiça social, não há paz.
A construção da cultura da paz requer a identificação dos conflitos inerentes às relações humanas e ao desenvolvimento de métodos e técnicas para a prevenção e resolução pacífica dos mesmos. A cultura da paz é um tema multidisciplinar e requer envolvimento da comunidade.
O Séc. XXI deverá ver, a cada dia, o desenvolvimento de mais comunidades multirraciais e multiculturais, como resultado da globalização. E como consequência disso, continuarão a aparecer interesses opostos que irão contrapor-se uns aos outros, necessitando de uma organização cuja ênfase se expresse no amor, na paz e na possibilidade de compreensão internacional para intermediar essas disputas.
Nesse aspecto, o Rotary passa a ser o catalisador de forças geradoras em benefício desta nova comunidade mundial, para a qual o serviço destinado era até então representado pelo suprimento de assistência física ou financeira. Embora essa assistência ainda seja necessária, isto está mudando. O Rotary tem a missão de encontrar soluções para estes novos modelos de prestação de serviço, para os quais os Governos têm falhado em encaminhar soluções. Há necessidade de transitar de uma cultura de confrontação para uma cultura de convivência e mobilizar, para isso, os sistemas de educação formal e informal.
Na sua contribuição nessa direcção de aculturamento objectivando a paz, o Rotary está:
- A formar especialistas na cultura da paz e resolução de conflitos;
- A preparar resolvedores de conflitos, quer sejam eles urbanos ou regionais, com cursos de curta duração;
- A alfabetizar adultos e crianças;
- A estabelecer redes de mediadores para a paz, formados com o apoio das bolsas concedidas pelo Rotary;
- A mitigar a fome, a sede e a mortalidade infantil;
- A promover o intercâmbio de jovens, que ao conhecerem outras culturas e o modo de pensar de outros povos podem auxiliar na promoção da paz;
- A preservar o planeta Terra e conservando-o para as futuras gerações.
Neste processo de promoção da cultura da paz, a luta é desigual. O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz, com sede em Estocolmo, capital da Suécia, denunciara, já em 1990, que US$ 2 milhões eram gastos por minuto para comprar armas em todo o mundo. Num dia, tal montante corresponde a mais do que o orçamento de um ano da Rotary Foundation para promover a paz. Cada míssil Harm disparado na ex--Jugoslávia, por exemplo, custou US$ 800 mil, incluindo os que erraram o alvo. A indústria de armamentos emprega, só nos Estados Unidos, mais de 3,5 milhões de pessoas.
No entanto, factos como estes não nos dão o direito de desistir. A discrepância dos números pode ser absurda, mas ainda menos sentido têm o mal, a guerra, o ser humano matar outro ser humano.
O grande filósofo Cícero dizia preferir a paz mais injusta à mais justa das guerras. Paz. Paz individual, urbana, nacional, sem fronteiras territoriais, ideológicas, religiosas ou raciais. É dessa paz que precisamos.
Levantemos, pois, como rotários, a bandeira mais antiga que conhecemos: a bandeira branca da pureza e da paz.
Paz, apenas isso. Mil vezes paz. Mais de seis mil milhões de vezes paz, para que ela exista no coração de cada ser humano.
Texto de Antonio Hallage – Director de RI 2009/11 daqui
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