Portugueses vivem «ensanduichados»
Maioria dos portugueses vive com menos de 900 €/mês e tem dificuldades em pagar as despesas.
Um quinto (205) vive abaixo do limiar da pobreza.
Começam a proliferar em Portugal as chamadas «famílias sanduíche». São compostas por membros trabalhadores, com rendimentos superiores ao limiar de pobreza, mas que têm dificuldades em suportar todas as despesas.
Um estudo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) conclui que 57% dos portugueses vivem com menos de 900 euros por mês, um dado que surpreendeu os responsáveis pelo estudo «Necessidades em Portugal».
Estas famílias «têm dificuldades em suprir as suas necessidades quotidianas e muitas vezes são ajudados pelos familiares para terem os bens básicos», afirmou a investigadora do Centro de Estudos Territoriais do ISCTE e coordenadora do estudo, Isabel Guerra à Renascença.
O estudo conclui ainda que os portugueses gostam do seu trabalho, «mas acham-se injustamente remunerados, o que depois se associa a um mal-estar em relação à visão do futuro e à capacidade de terem melhores rendimentos», refere ainda.
Os portugueses consideram-se, apesar de tudo, felizes. Numa escala de 1 a 10, o grau de felicidade nacional situa-se nos 6,6, nota positiva, ainda que abaixo da média europeia, que fica nos 7,5.
O estudo conclui também, que um quinto das famílias portuguesas (cerca de 20%) vivem abaixo do limiar de pobreza.
Nas conclusões deste estudo, que é apresentado esta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, os especialistas recomendam que o mercado de trabalho seja uma prioridade para os decisores políticos, não só por causa dos rendimentos que gera, mas também porque desempenha um papel social que não pode ser substituído por subsídios.
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