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terça-feira, 22 de junho de 2010

Responsabilidade Social das Empresas

As transformações sócio-económicas dos últimos 20 anos têm afectado profundamente o comportamento de empresas até então habituadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Se por um lado o sector privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de riqueza, por outro, é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabilidade. Em função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos já disponíveis, as empresas têm uma intrínseca responsabilidade social.
A ideia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas exigências e maior pressão por transparência nos negócios, as empresas vêem-se forçadas a adoptar uma postura mais responsável nas suas acções.
Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente ao bem-estar social, mas envolvem também melhor performance nos negócios e, consequentemente, maiores lucros. A busca da responsabilidade social corporativa tem, grosso modo, as seguintes características:
·    É plural. As empresas não devem satisfações apenas aos seus accionistas, muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, aos media, ao Governo, ao sector não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. As empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais nos seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social.
·    É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não só o produto final deve ser avaliado por factores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como os consumidores, as empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer os seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo dos seus processos produtivos.
·    É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito numa escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não se refere só ao ambiente, mas pelo fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.
·    É transparente. A globalização traz consigo exigências de transparência. Já não chegam apenas os livros de contabilidade. As empresas estão gradualmente obrigadas a divulgar a sua performance social e ambiental, os impactos das suas actividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, as empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde a sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem, com carácter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo.
Muito do debate sobre a responsabilidade social empresarial já foi desenvolvido mundo afora no sentido da profissionalização do sector e da busca por estratégias de inclusão social através do sector privado.
Texto daqui
Foto daqui

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