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domingo, 6 de junho de 2010

Voluntário = Solidário(?)

De acordo com as Nações Unidas, “Voluntário é o jovem, adulto ou idoso que, devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a diversas formas de actividades de bem-estar social ou outros campos”.
De acordo com a realidade, “Você sabia que o voluntariado além de ser uma atitude de responsabilidade social e cidadania pode dar uma força na hora das entrevistas de emprego e contabilizar como aquelas horas que precisamos no final do curso?”.
A força do voluntariado no mercado de trabalho
Experiência profissional, formação académica e cursos profissionalizantes são algumas das principais exigências num processo selectivo. No entanto, existem outras qualificações que também incrementam e ganham destaque no currículo dos profissionais, como o trabalho voluntário. Não é de hoje que as empresas valorizam os candidatos que possuem acções sociais no seu histórico, pois além dos méritos do trabalho em si, as pessoas que se interessam por tais actividades normalmente apresentam algumas qualidades, como a facilidade de relacionamento.
Além do desenvolvimento profissional e pessoal que os trabalhos voltados ao terceiro sector oferecem, as empresas também se preocupam com o conceito de sustentabilidade. As grandes corporações, principalmente, querem ser avaliadas de forma positiva do ponto de vista sócioambiental e, portanto, valorizam cada vez mais os seus colaboradores que estejam envolvidos nesse tipo de actividade.
Para Maria Lucia Meirelles Reis, Directora do Instituto Faça Parte, o voluntariado é muito procurado pelos jovens, e muitas vezes é o primeiro compromisso que eles assumem em questão de trabalho. “Para grande parte das pessoas que buscam essas acções, este é o primeiro contacto com a carreira profissional, e é uma oportunidade do jovem aprender a conviver num ambiente de trabalho, conhecendo regras, hierarquias e, principalmente, suas potencialidades”, destaca. “O trabalho voluntário, onde sempre se pode escolher com quem e onde actuar, pode ser uma maneira de criação de network com a sua área de interesse, aquisição de experiências e formação de currículo”.
A proactividade e preocupação com o todo são outras características marcantes nos voluntários. Avaliar problemas e enxergar maneiras de colaborar, pensando apenas em amenizar uma situação, sem esperar ser remunerado, são tão importantes nas acções sociais, quanto nas organizações. Todo o gestor busca profissionais que consigam trabalhar pensando além do que lhes é delegado, apresentando novas ideias e colaborando com a empresa na solução de problemas.
Graça Bernardes, professora de marketing sustentável da Business School São Paulo, também acredita que esses trabalhos auxiliam as pessoas a desenvolver melhor as suas actividades, além de manter um relacionamento passivo e agradável nos locais onde actuam. “Com esses trabalhos sociais, o profissional adquire uma visão diferente e aprende a lidar com novas situações. Torna-se um colaborador que traz sugestões e contribui muito mais com a empresa, principalmente no ouvir e no relacionamento com os colegas de trabalho”, enfatiza. Para ela, também há um aumento expressivo na satisfação pessoal, que melhora o desempenho e a felicidade do profissional ao chegar no trabalho.
Empresas que valorizam, também são valorizadas
As empresas que adoptam este tipo de contratação, e que investem em profissionais preocupados com a sociedade e o mundo onde vivem, também são valorizadas no mercado. Além disso, grande parte das organizações já se preocupam em desenvolver projectos sociais e firmar parcerias com ONGs e instituições, uma vez que o mercado está cada vez mais focado nas questões sustentáveis e destaca as organizações que apresentam interesse e empenho nessa questão.  
“As acções sociais não devem acontecer apenas em torno da empresa ou fora dela, elas devem começar dentro do ambiente corporativo”, explica Lucila Maia, coordenadora da Associação Cultural Constelação, organização sem fins lucrativos. “Valorizar os funcionários, criar programas de desenvolvimento e incentivar parceiros a desenvolver acções sociais são atitudes admiradas no mercado. E hoje já existem certificados internacionais que valorizam isso”.
Trabalho social para incluir no currículo
Com tamanha repercussão que o tema assumiu nos últimos tempos, é possível que muitas pessoas busquem os trabalhos voluntários apenas para acrescentar um diferencial no currículo ou impressionar o seleccionador. Não há como avaliar se o resultado das acções com essas pessoas é positivo ou negativo, no entanto, após iniciar o trabalho, é importante que cada um avalie se realmente está acrescentando algum valor. Caso contrário, não é indicado que utilize essa experiência como uma “informação adicional” no momento da entrevista.
“Eu acho que em algumas situações é válido”, afirma Graça. “Mesmo que algumas pessoas estejam apenas com o objectivo de acrescentar esse trabalho no seu currículo, na hora em que estão dentro de uma organização e precisam contribuir, de certa forma acabam se envolvendo. Então pode ser até que com isso ela goste e continue, além de perceber que não é apenas o lado profissional que conta, mas principalmente o desenvolvimento pessoal”.
Lucila acredita que, acima de qualquer coisa, o trabalho voluntário é um compromisso e deve ser encarado com seriedade para tornar efectivo o seu propósito. Sendo assim, não importa o que será feito ou qual o principal objectivo de quem procura desenvolver acções sociais; o que realmente deve ser levado em consideração é a sua relevância e o quanto cada pessoa se pode doar em prol dessas mudanças, que são extremamente positivas para quem ajuda e principalmente para quem está sendo ajudado.
Maiara Tortorette
Imagem daqui

3 comentários:

Em@ disse...

100% de acordo.

Contra.facção disse...

Já sabia que estavas de acordo e eu também.
É por isso que cada vez menos escrevo o que penso, porque já alguém escreveu o que eu pensava.

Em@ disse...

podemos sempre expor o assunto de maneira diferente... e assim chegamos a pessoas diferentes.